Aquicultura e Pesca

PISCICULTURA: Líder na produção de pescados, Paraná prevê crescimento de 20%

Líder na produção nacional de pescados em cativeiros, Paraná projeta crescimento da ordem de 20% na atividade em 2019


Publicado em: 08/04/2019 às 10:00hs

PISCICULTURA: Líder na produção de pescados, Paraná prevê crescimento de 20%

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a expectativa é atingir a marca de 170 mil toneladas de carne de peixe. O incremento vem sendo alavancado pela tilápia, que representa 80% do volume total do Estado.

Previsão otimista - “Esta previsão otimista se baseia principalmente no incentivo ao consumo de peixe e também à entrada de novas indústrias no segmento, aumentando a oferta e visibilidade do produto para o consumidor”, aponta o analista de piscicultura do Deral, Edmar Gervásio.

Preços - “Com uma maior oferta de proteína oriunda de peixes e um cenário otimista, acreditamos que os preços ao consumidor final devam ficar estáveis e até apresentar um viés de redução, principalmente pelo aumento da competição na gôndola do supermercado”, avalia.

Superior - O consumo de peixe no Brasil gira em torno de 10 kg per capita/ano, valor abaixo do que a FAO preconiza como ideal, de 12 kg/ano. “O consumo de pescados vem crescendo ano a ano e em percentuais superiores a outras carnes, como a bovina e de frango, que são as mais consumidas hoje no Brasil”, ressalta Gervásio.

Estimativa - Em 2018, o Deral estima que o Paraná tenha alcançado 140 mil toneladas de pescados produzidas. O levantamento consolidado das informações deve ser divulgado em junho. Se confirmada a expectativa, será um crescimento de aproximadamente 15% em relação a 2017, quando foram contabilizadas 122 mil toneladas.

Produtividade - O forte crescimento do setor decorre do incremento na produtividade. “Passou de 4 a 6 toneladas por hectare para uma média em torno de 15-20 ton/ha, chegando a 35-50 ton/ha por ciclo em algumas propriedades em viveiros de terra”, aponta o coordenador regional de aquicultura da Emater de Toledo, Gelson Hein.

Tecnologia - “Tudo isso se deve ao incremento em tecnologia de produção com aeração mecânica, alimentadores automáticos, biorremediadores, melhoria da genética dos peixes e melhoria da qualidade das rações fornecidas aos peixes”, cita.

Produtor - Claudio Schulz apostou na atividade e vivenciou esse salto na produção de pescados. Em 2002, começou a produzir tilápia orgânica em Maripá, no Oeste. Atraído pela perspectiva de retorno financeiro, em 2006 ele migrou para a tilápia convencional. “No primeiro ano, foram 23 toneladas. Fui aumentando ano a ano. Em 2015, fiz um investimento grande em automatização e ampliei a produção para 65 toneladas. Ano passado, entreguei 79 toneladas”, compara.

Aliados - Na propriedade de três alqueires de terra, ele tem 16 mil metros quadrados de lâmina de água, com capacidade para produzir 90 toneladas. A tilápia é vendida para a cooperativa Copisces, de Toledo. “Na questão técnica, a Emater é um dos grandes aliados na ampliação e modernização da criação de tilápia na região, junto com as universidades, como a Unioeste, que têm cursos de Engenharia de Pesca", ressalta.

Emater - O Governo do Paraná oferece apoio técnico para o desenvolvimento da piscicultura, principalmente aos agricultores familiares. A Emater - Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – atua desde o fomento até a consolidação da atividade na propriedade.

Preocupações -“A assistência técnica à criação dos peixes nas propriedades atualmente tem sido o maior foco do nosso trabalho, que tem toda a preocupação com a qualidade da água, fornecimento correto de ração, bem-estar dos peixes e manejo correto dos efluentes e retirada dos peixes dos viveiros”, detalha Gelson Hein, coordenador regional de aquicultura da Emater de Toledo. O instituto oferece desde apoio para comercialização em feiras e pesque-pagues até para instalação de frigoríficos e abatedouros.

Licenciamento ambiental - A Emater também oferece aos produtores o licenciamento ambiental junto ao órgão competente, o que viabiliza acesso a planos de crédito. “Produtores que desejam ampliar ou iniciar a atividade de piscicultura são orientados e também podem fazer seus projetos técnicos e econômicos de viabilidade, além do acompanhamento das obras de implantação na propriedade com nossos técnicos”, orienta Hein.

Importância - As atividades de pesca de captura e de criação em cativeiro ainda não representam 1% do Valor Bruto da Produção (VBP) paranaense. Mas têm importância regional para vários municípios no Estado. 60% do VBP e 66% da produção de pescados vêm do Oeste, principalmente das regiões de Toledo e Cascavel, onde a tilápia representa mais de 95% do total.

Pescado marinho - O pescado marinho vem perdendo espaço no VBP em função dos investimentos que estão sendo realizados para a produção de tilápia no Estado. Atualmente, 84% do VBP da atividade do Paraná vem do pescado de água doce e 16% do marinho. A maior parte da produção de peixes é feita em viveiros de terra e uma pequena parte em tanques rede.

Produtividade - No Oeste do Estado, o crescimento dos últimos anos se deve ao aumento da produtividade, fruto dos investimentos em tecnologia, e também à entrada das cooperativas Copacol e C. Vale, que respondem por dois terços do volume produzido na região e continuam em expansão. “Elas trabalham em sistemas de integração, como em suínos e aves, e vislumbram para breve mercados de exportação”, sinaliza Gelson Hein, da Emater. Atualmente, o volume de pescados que o Brasil exporta ainda é inexpressivo.

Fonte: Agência de Notícias do Paraná

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