Publicado em: 27/11/2019 às 08:00hs
O objetivo é desenvolver e aprimorar tecnologias de cultivo, colheita e secagem de espécies validadas cientificamente para o tratamento terapêutico e oferecer material vegetal de qualidade para o Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.
O Programa Componente Verde é composto por diferentes grupos de trabalho. A EPAMIG integra o grupo de cultivo e, além de desenvolver e aprimorar as tecnologias para a produção de espécies medicinais, foi responsável pela elaboração de apostilas de treinamento para facilitadores e agricultores e pelo manual de cultivo das espécies selecionadas, já entregues para a SES-MG. "A proposta é que estas tecnologias, assim como as boas práticas agrícolas, sejam repassadas a fim de estabelecer e fortalecer os arranjos produtivos locais próximos a cada Farmácia Viva do Estado", explica a pesquisadora Maira Christina Marques Fonseca, coordenadora o projeto na EPAMIG.
Os estudos contemplam tecnologias para todas as etapas da cadeia produtiva das espécies selecionadas. No Campo Experimental da EPAMIG em Oratórios são desenvolvidos experimentos para a avaliação de genótipos, adubação, irrigação, espaçamento entre plantas, época de colheita, temperaturas de secagem, armazenamento, dentre outras.
"Posteriormente, no Laboratório de Plantas Medicinais da EPAMIG Sudeste, em Viçosa, realizamos a extração dos princípios ativos de interesse terapêutico para avaliar a melhor forma de produzir cada espécie medicinal visando sua qualidade fitoquímica. Além disso temos o auxílio de instituições parceiras como as universidades federais de Viçosa (UFV) e de Ouro Preto (UFOP) e do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas Biológicas e Agrícolas da Universidade Estadual de Campinas (CPQBA/Unicamp), para análises que requerem equipamentos mais sofisticados", conta Maira.
Além de ampliar as opções terapêuticas da população, a pesquisadora destaca que "a utilização da fitoterapia pelo SUS tem importância estratégica no incentivo à implantação de novos programas, na promoção do uso racional e sustentável da biodiversidade mineira e no desenvolvimento da cadeia produtiva de plantas medicinais com geração de emprego e renda aos agricultores familiares do nosso Estado".
Atualmente são oferecidas pela Rede Farmácia Viva as seguintes espécies medicinais: calêndula (flores como antiinflamatório tópico); erva-baleeira (folhas como antiinflamatório tópico); alcachofra (folhas usadas para diminuir o colesterol); alecrim-pimenta (folhas usadas como antimicrobiano); espinheira-santa (folhas para o tratamento de ulceras estomacais); melissa (folhas como ansiolítico); hortelã-rasteira (folhas como antiparasitário); hortelã-pimenta (folhas como expectorante); guaco (uso das folhas como bronco dilatador); alfavaca (folhas como antimicrobiano); maracujás doce e azedo (folhas como ansiolítico); tanchagem (folhas como antiinflamatório); barbatimão (cascas como cicatrizante) e alho (bulbos contra a hipertensão e colesterol alto).
Em vigor desde 2012, o trabalho contou com etapas financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) .
Fonte: EPAMIG
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