Análise de Mercado

Para 2020, IBGE prevê recorde de 240,9 milhões de toneladas na safra de grãos

Em novembro, o segundo prognóstico para a safra 2020 aponta um recorde de 240,9 milhões de toneladas, com crescimento de 33,6 mil toneladas (0,0%) em relação a 2019


Publicado em: 10/12/2019 às 11:30hs

Para 2020, IBGE prevê recorde de 240,9 milhões de toneladas na safra de grãos

As estimativas iniciais preveem uma redução de 7,5% na produção do milho (7,5 milhões de toneladas) e um crescimento de 6,7% na produção da soja (7,6 milhões de toneladas).

Entre os cinco produtos de maior peso na safra, são esperados três recuos na produção: milho 2ª safra (-9,8%), milho 1ª safra (-0,8%) e feijão 1ª safra (-0,3%). Já as variações positivas serão: algodão (2,0%), arroz (1,0%) e soja (6,7%). Com relação à área, as variações positivas são: algodão (6,4%), soja (1,8%), milho 1ª safra (0,5%) e milho 2ª safra (0,3%). Espera-se reduções de área no feijão 1ª safra (-0,3%) e no arroz (-2,1%). Acesse o material de apoio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) para mais informações.

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – O segundo prognóstico da safra para 2020 estimou uma produção de 7,0 milhões de toneladas, crescimento de 2,0% em comparação com a safra de 2019. A área plantada, de 1,7 milhão de hectares, deve crescer 6,4%. Estima-se que a safra 2020 obtenha rendimento médio de 4.062 kg/ha, declínio de 4,1% em relação à safra do ano anterior.

Em relação a estimativa do mês anterior, houve crescimento de 2,2%, em decorrência dos aumentos de 1,9% da área plantada e de 0,2% no rendimento médio. O aumento mais substancial está sendo aguardado pelo Mato Grosso (2,8% ou 130,5 mil toneladas), que deve responder por 68,3% da produção, alcançando 4,8 milhões de toneladas.

ARROZ (em casca) – A estimativa para 2020 é de 10,4 milhões de toneladas, crescimento de 1,0% em relação a 2019. O rendimento médio deve crescer 3,2%, para 6.300 kg/ha, enquanto a área plantada deve apresentar declínio de 3,0%.

Em relação ao mês anterior, a estimativa da produção caiu 0,6%, tendo a área plantada retraído 1,2%, apesar de aumento de 0,6% no rendimento médio. Em novembro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul reavaliaram negativamente suas produções em 14,1% e 18,3%, respectivamente, com declínios de 60.379 e 11.116 toneladas, respectivamente.

O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, deve participar com 70,3% do total. A produção gaúcha foi estimada em 7,3 milhões de toneladas, crescimento de 2,2% em relação a 2019. A área plantada caiu 2,7%, enquanto o rendimento foi estimado com crescimento de 3,5%, ou 7.678 kg/ha. Santa Catarina, segundo produtor nacional, estimou uma produção de 1,1 milhão de toneladas, e um rendimento médio de 7.470 kg/ha, crescimento de 0,6% em relação à safra de 2019.

FEIJÃO (em grão) – A safra 2020 foi estimada em 2,9 milhões de toneladas, declínio de 6,0% em relação a 2019. A 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a 2ª safra, 1,1 milhão de toneladas e a 3ª safra, 455,3 mil toneladas. A área a ser colhida na safra de verão (1ª safra) deve alcançar 1,6 milhão de hectares, declínio de 2,3% em relação a 2019, enquanto o rendimento médio, de 846 kg/ha, deve apresentar declínio de 0,1%.

MILHO (em grão) – O segundo prognóstico de milho em grão para 2020 estima uma produção de 92,7 milhões de toneladas, declínio de 7,5% em relação à safra 2019, o que representa uma redução de 7,5 milhões de toneladas. Mantém-se a tendência de um maior volume de produção do milho em 2ª safra, devendo esta participar com 72,3% da produção nacional para 2020, contra 27,7% de participação da 1ª safra de milho.

Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 25,7 milhões de toneladas, 0,8% menor em relação ao mesmo período de 2019. Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção é de 67,0 milhões de toneladas, declínio de 9,8% em relação a 2019, apesar de crescimento de 0,3% na área a ser colhida.

SOJA (em grão) – A segunda estimativa para 2020 soma 120,8 milhões de toneladas, crescimento de 6,7% em relação a 2019. A área a ser plantada é de 36,5 milhões de hectares, aumento de 1,8%. O rendimento médio estimado é de 3.315 kg/ha, aumento de 4,8%.

Dentre os maiores produtores, o Mato Grosso, que deve responder por 27,3% do total, estima colher 33,0 milhões de toneladas, crescimento de 2,2% em relação a 2019, em decorrência do aumento de 2,2% na área a ser plantada. O Paraná, segundo maior produtor e responsável por 16,4% do total nacional, estima produzir 19,8 milhões de toneladas, aumento de 22,5%, devido ao crescimento de 21,7% do rendimento médio. O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor, estimou uma produção de 19,2 milhões de toneladas, crescimento de 3,6% em relação a 2019.

Para Goiás, foi estimada uma produção de 11,3 milhões de toneladas, aumento de 4,9%, seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 9,5 milhões de toneladas (11,1%), Minas Gerais, com 5,7 milhões (9,7%), Bahia, com 5,4 milhões (2,9%), Maranhão, com 3,2 milhões (10,8%) e Tocantins, com 2,8 milhões (7,5%). Para o Piauí, estimou-se uma produção de 2,2 milhões de toneladas, com declínio de 5,5%.

Estimativa de novembro: safra 2019 deve crescer 6,4% em relação a 2018

Em novembro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2019 alcançou 240,9 milhões de toneladas, novo recorde para a produção de grãos do país, 6,4% superior à obtida em 2018 (226,5 milhões de toneladas) e estável (0,0%) em relação à divulgada em outubro (mais 60,6 mil toneladas). Já a estimativa da área a ser colhida foi de 63,2 milhões de hectares, 3,7% maior que a de 2018 (mais 2,2 milhões de hectares) e 0,1% maior em relação a estimativa do mês anterior (mais 31,8 mil hectares). O recorde anterior foi da safra 2017, com 238,4 milhões de toneladas de grãos.

O arroz, o milho e a soja representam 92,9% da estimativa da produção e respondem por 87,0% da área a ser colhida. Em relação a 2018, houve aumento de 7,0% na área do milho, de 2,6% na da soja, de 41,7% na de algodão, e queda de 9,5% na área de arroz. Já na produção, ocorreram quedas de 4,0% para a soja e de 12,0% para o arroz, e aumento de 23,2% para o milho e de 39,8% para o algodão.

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 111,3 milhões de toneladas; Sul, 77,3 milhões de toneladas; Sudeste, 23,4 milhões de toneladas; Nordeste, 19,1 milhões de toneladas e Norte, 9,8 milhões de toneladas. Em relação a 2018, ocorreram aumentos de 9,3% na Região Norte, de 10,2% na Região Centro-Oeste, de 3,7% na Região Sul, de 0,2% na Região Nordeste e de 2,3% na Região Sudeste. Em relação às unidades da federação, Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,0%.

ESTIMATIVAS DE NOVEMBRO

As variações mais acentuadas nas estimativas das produções ocorreram no Pará ( 58.579 t), no Mato Grosso (45.680 t), no Mato Grosso do Sul (23.662 t), em Tocantins (15.620 t), em Goiás (9.009 t), no Maranhão (7.384 t), Minas Gerais( 2.133 t), Ceará (-1.740 t),Piauí (6.325 t), Alagoas (-17.103 t), Paraíba (-21.686 t) e Paraná (-53.100 t).

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A safra brasileira de inverno foi estimada em 6.592.364 toneladas, com o trigo participando com 79,8% do total, ou 5.258.273 toneladas; a aveia participando com 14,1%, ou 928.534 toneladas, e a cevada, participando com 6,1%, ou 405.557 toneladas.

Em relação ao trigo, houve queda de 0,9% na produção em relação ao mês anterior. O Paraná, segundo maior produtor, teve 2,1 milhões de toneladas, declínio de 2,0% em relação ao mês anterior. O Rio Grande do Sul manteve as estimativas de produção do mês anterior. Na região Sudeste, Minas Gerais estimou 253,0 mil toneladas, crescimento de 1,0% em relação ao mês anterior. No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul informou retração de 8,2% na produção, queda de 9,0% no rendimento médio.

A produção de trigo de 2019 encontra-se 0,9% menor que a de 2018, com declínio de 45,5 mil toneladas (0,9%). A produção gaúcha foi estimada em 2,3 milhões de toneladas, aumento de 32,2% em relação a 2018, o que torna o estado o maior produtor nacional.

A estimativa para a produção da aveia foi de 928,5 mil toneladas, um declínio de 1,1% em relação ao mês anterior. O clima adverso, com ocorrência de excesso de frio e geadas não pouparam as lavouras na Região Sul. Contudo, em relação ao ano anterior, a estimativa da produção de aveia apresenta crescimento de 4,3%, com aumentos de 3,6% na área plantada, de 3,3% na área colhida, e de 1,0% no rendimento médio.

Para a cevada, a produção estimada foi de 405,6 mil toneladas, declínio de 0,7% em relação ao mês anterior. A área a ser colhida alcançou 111,6 mil hectares, aumento de 11,1%, e o rendimento médio, de 3.634 kg/ha, declinou 0,7%. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção de cevada apresenta crescimento de 24,8%. O Paraná informou uma estimativa de produção de 241,5 mil toneladas, declínio de 1,1% em relação ao mês anterior, em decorrência do rendimento médio que caiu no mesmo valor. A estimativa da produção gaúcha encontra-se em 148,0 mil toneladas.

FEIJÃO (em grão) – Em relação à produção total de feijão, a comparação com o mês de outubro mostra que houve declínios de 0,8% na estimativa da área colhida e de 0,7% na de produção, e aumento de 0,2% no rendimento médio. A produção estimada foi de 3,0 milhões de toneladas. Em relação à safra de 2018, a produção total de feijão foi 2,2% maior.

A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, uma retração de 0,6% na produção frente à estimativa de outubro. Na região Nordeste houve declínio de 1,8% frente ao mês anterior. A comparação anual para a 1ª safra mostrou uma redução de 14,4% na produção, refletindo variações negativas de 11,5% na área colhida e de 3,3% no rendimento médio.

A produção da 2ª safra, de 1,1 milhão de toneladas, foi superior à de 2018 em 15,7%, apesar da retração de 4,6% na área plantada. Os estados com maiores estimativas de produção para esta safra foram: Paraná (31,4%), Minas Gerais (17,3%), Mato Grosso (10,6%) e Bahia (10,1%).

Para a 3ª safra de feijão, a previsão é de declínio de 0,5% na produção em relação à estimativa de outubro. O Mato Grosso do Sul divulgou uma redução de 29,1% na estimativa de produção. Contudo, a produção encontra-se 27,5% superior à de 2018, com aumentos em São Paulo (31,0%), Paraná (48,0%) e Minas Gerais (8,9%).

MILHO (em grão) – Em relação à última informação, a produção manteve-se, totalizando 100,2 milhões de toneladas, novo recorde da série histórica do IBGE. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção encontra-se 23,2% maior, havendo incrementos de 15,1% no rendimento médio, de 6,3% na área plantada e de 7,0% na área colhida.

Na 1ª safra de milho, a produção alcançou 25,9 milhões de toneladas, decréscimo de 0,1% em relação a informação do mês anterior. Em relação a 2018, a produção foi 0,6% maior. Em novembro foram reavaliadas as produções do Pará (1,9%), Maranhão (0,1%), Piauí (-0,4%), Rio Grande do Norte (-2,3%), Paraíba (-27,7%), Rio de Janeiro (-15,6%), Mato Grosso do Sul (-1,7%), Mato Grosso (-0,1%) e Goiás (-0,3%).

Para a 2ª safra, a produção encontra-se em 74,3 milhões de toneladas, com declínio de apenas 12,1 mil toneladas em relação ao mês anterior. A produção está concentrada em quatro estados, que respondem, juntos, por 87,0% da 2ª safra: Mato Grosso (42,0% do total), Paraná (18,1%), Mato Grosso do Sul (13,2%) e Goiás (13,7%). Este volume de produção de milho 2ª safra é recorde da série histórica.

SOJA (em grão) – A produção estimada foi de 113,2 milhões de toneladas, aumento de 0,1% em relação ao mês anterior. A colheita da leguminosa encontra-se concluída na maioria das unidades da federação. Em novembro, o Mato Grosso do Sul elevou em 1,0% sua produção, tendo apurado uma área plantada e colhida 0,7% maior, e rendimento médio com crescimento de 0,3% em relação ao mês anterior. A produção foi de 8,5 milhões de toneladas. Mato Grosso (0,1%) e Goiás (0,1%), dentre os produtores mais importantes, também realizaram pequenos reajustes de suas produções.

Em relação ao ano anterior, a produção declinou 4,0%, com reduções mais expressivas na Bahia(-15,8% ou 986,0 mil toneladas), Minas Gerais (-5,3% ou 285,7 mil toneladas), São Paulo (-11,5% ou 392,1 mil toneladas), Paraná (-16,1% ou 3,1 milhões de toneladas), Mato Grosso do Sul (-13,5% ou 1,3 milhão de toneladas) e Goiás (-4,7% ou 531,3 mil toneladas). Em contrapartida, houve aumentos relevantes nas produções do Mato Grosso (2,0% ou 642,2 mil toneladas) e do Rio Grande do Sul (5,5% ou 956,6 mil toneladas).

SORGO (grão) – A estimativa da produção alcançou 2,6 milhões de toneladas, crescimento de 0,6% em relação ao mês anterior. O Pará reavaliou os dados do cereal, informando aumento de 114,0% na área plantada e na área a ser colhida. A produção no estado foi de 39,8 mil toneladas, aumento de 147,5% em relação ao mês anterior. O rendimento também foi revisto, e aumentou 15,7%. No Mato Grosso do Sul, a produção declinou 11,0%, com a área plantada e colhida decrescendo 8,1% e o rendimento médio retraindo 3,1%.

Em relação ao ano anterior, a produção apresenta crescimento de 14,7%, com destaques para Goiás (19,8%), Minas Gerais (7,0%), São Paulo (75,7%), Piauí (170,8%), Tocantins (36,4%), Mato Grosso do Sul (47,3%) e Pará (223,2%). Houve declínios da produção em Mato Grosso (-16,3%), na Bahia (3,8%), no Distrito Federal (-20,6%), no Maranhão (-62,5%) e no Rio Grande do Sul (-7,8%). Goiás e Minas Gerais respondem por 75,6% da produção brasileira do cereal.