Análise de Mercado

País da caipirinha, Brasil exportou mais limão e cachaça em 2017

Bebida que segundo historiadores completa 100 anos este ano só foi reconhecida como patrimônio brasileiro em 2003


Publicado em: 01/02/2018 às 17:20hs

País da caipirinha, Brasil exportou mais limão e cachaça em 2017

Cachaça, limão e açúcar. Com essa simples combinação, está pronta a caipirinha, uma das mais emblemáticas — se não a mais — das bebidas típicas do Brasil. Dois principais ingredientes dessa receita originalmente brasileira estão fazendo sucesso no exterior.

O volume de limão exportado pelo Brasil cresceu 30% em 2017 em relação a 2016. A grande maioria vai para a União Europeia. Das 9,7 mil toneladas exportadas pelo Brasil no ano passado, cerca de 8,8 mil toneladas, ou 90%, foram para países europeus. Somente para o continente europeu, a exportação aumentou 39% em 2017 em relação a 2016. O faturamento total das vendas externas brasileiras com a fruta foi de cerca de US$ 7 milhões.

A exportação de cachaça também tem aumentado. Foram 8,961 milhões de litros em 2017. O faturamento de US$ 15,8 milhões representa um aumento de 13% em relação ano ano anterior. A Alemanha foi o principal mercado, com cerca de 1,8 milhão de litros (20% do total). os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Bebida secular

Segundo historiadores, a caipirinha surgiu em Piracicaba, no interior de São Paulo, e completa 100 anos este ano. As histórias que explicam a origem do drink, porém, variam. Uma indica que ela surgiu a partir de uma receita de remédio feito com limão, alho e mel, e era indicada para combater a gripe espanhola. Como era bastante comum colocar um pouquinho de álcool em todo remédio caseiro, a fim de acelerar o efeito terapêutico, a cachaça também era usada. A bebida surgiu quando alguém teve a boa ideia de tirar o alho e o mel da receita e acrescentar açúcar e gelo.

Outros historiadores dão o crédito aos fazendeiros da região de Piracicaba, que buscavam um drinque para suas festas e eventos que pudesse representar a cultura canavieira do local. Segundo essa versão, a caipirinha era vista, na época, como uma bebida de boa qualidade que tinha potencial para substituir os uísques e vinhos importados.

Hoje, com imensa popularidade, a bebida tem muitas variações. Há receitas com açúcar refinado, e, outras, com açúcar mascavo. Há também variantes com adoçantes artificiais. Mas a questão que causa a maior polêmica é em relação à fruta usada na bebida.

Para os especialistas da caipirinha, a bebida pode ser feita com os mais variados ingredientes, desde que o limão seja mantido na receita. “Os bartenders usam a criatividade como forma de personalização do drinque. No entanto, com outras frutas que não limão, o coquetel teoricamente não poderia ser chamado de caipirinha”, explica Alexandre Bertin, presidente da Confraria Paulista da Cachaça. Se outros destilados, como vodca e saquê, são usados para preparar a bebida, não há dúvida: a nova receita não pode ser chamada de caipirinha.

A importância da bebida como patrimônio brasileiro foi reconhecida formalmente em 2003. Um decreto de lei assinado naquele ano protege a autenticidade da caipirinha como uma bebida brasileira e garante a propriedade intelectual sobre as marcas Caipirinha e Cachaça na legislação internacional.

Ficou com vontade de tomar uma caipirinha? Siga a receita tradicional, que, segundo Bertin, é a seguinte:

Receita

1- Prepare a bebida diretamente no copo

2- O limão deve ser levemente macerado com o açúcar.

3-Acrescente gelo, e, na sequência, a dose de cachaça. Mexa levemente para misturar os sabores.

Beba com moderação!

Fonte: GLOBO RURAL

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