Em um experimento com moscas da fruta, ou Drosophila melanogaster, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram que a adição de diferentes espécies de micróbios para transportar alimentos fez com que as populações divergissem geneticamente, acumulando alterações genômicas significativas em apenas cinco gerações. Sendo assim, é possível dizer que os microbiamos dessa espécie são capazes de moldar a sua evolução.

“Nosso trabalho sugere que a composição da comunidade microbiana conduz, pelo menos em parte, a evolução dos organismos em que vivem", diz Paul Schmidt, biólogo da universidade e principal autor do artigo, publicado na revista PNAS . "O fato de podermos ver esse efeito em experimentos realizados em tão pouco tempo sugere que a magnitude dos efeitos da aptidão física que os micróbios têm é incrível", completa.

Ao contrário de um experimento de laboratório, onde todos os aspectos possíveis do ambiente são controlados, da genética das moscas à temperatura e dieta, para aumentar as diferenças entre os tratamentos, esse conjunto de experimentos foi realizado ao ar livre. O ambiente reflete mais de perto a natureza, sujeita a condições climáticas, mudanças sazonais, até a estranha aranha ou mancha de sujeira que interfere nos recintos.

O fato de que, apesar das possíveis influências desses fatores externos, os pesquisadores ainda descobriram que as mudanças no microbioma têm um efeito significativo nos genomas das populações de moscas, tornando a descoberta ainda mais convincente, diz Schmidt.