Suíno

Mercado interno pode ser o grande futuro da suinocultura nacional, diz especialista

Em 2019, foi possível projetar a China alavancando o setor, devido a Peste Suína Africana (PSA) que se espalha pelo continente asiático, dizima planteis e eleva a demanda chinesa pela carne brasileira


Publicado em: 17/01/2020 às 15:30hs

Mercado interno pode ser o grande futuro da suinocultura nacional, diz especialista

Ainda que a suinocultura nacional tenha motivos para celebrar no presente, é preciso agir com cautela para garantir um futuro promissor, lembrando do passado para evitar que o mercado externo seja o principal fator a ditar os rumos da suinocultura brasileira. Em entrevista exclusiva à Assuvap, o médico veterinário, Iuri Machado, sugeriu que o mercado interno será o grande futuro da suinocultura nacional.

“Temos que ver o que está acontecendo lá fora, nos Estados Unidos e especialmente na Europa. Nos países da União Europeia, a carne bovina se tornou carne de luxo, enquanto a suína e de frango se tornaram as mais consumidas”, exemplificou. O que acontece nestes países, segundo ele, é que a criação bovina de criação extensiva perdeu espaço para as lavouras de soja e milho, devido à valorização dos commodities de grãos. Este recuo da área de pastagem e do rebanho bovino resultou no aumento do confinamento de gado, mas a prática é menos eficiente para bovinos quando comparada aos suínos e frangos. O confinamento fez reduzir a produção e, aliado a isso, aumentar os custos de produção. Como resultado, a carne bovina ficou mais cara.

Segundo Machado, este cenário também é uma realidade no Brasil e tende a se intensificar ainda mais no futuro, o que pode abrir uma brecha no mercado de proteína animal, que certamente será preenchida pelo produto mais atrativo ao consumidor. Neste ponto, a cadeia suinícola brasileira tem uma grande vantagem: conforme apontam os levantamentos de 2019 da InterPIG e da Embrapa, os custos da suinocultura brasileira são tão competitivos quanto de outros grandes produtores de suínos pelo mundo. “A atividade no país está cada vez mais profissional, evoluindo em termos de escala de produção. Mas nosso consumo per capta/ano de carne in natura ainda é baixo em relação aos outros países do mundo”, completa Machado.

Para o profissional, futuramente o consumo interno deve ser o grande destino da carne suína produzida no Brasil, mas será preciso continuar desenvolvendo a qualidade do produto para torná-lo ainda mais atrativo para o consumidor. “O trabalho de marketing das associações é extremamente relevante, assim como o aperfeiçoamento dos processos de produção, tanto nas granjas, como nos frigoríficos, no transporte dos animais ou no melhoramento genético. Ampliar a venda in natura é um processo que começa dentro das granjas, através da adequação e do preparo para o futuro”, disse.

Fonte: Comunicação Assuvap/Coosuiponte

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