Apicultura

Mapeamento mostrou distanciamento entre agricultor e apicultor e inspirou medidas eficazes para proteger abelhas

Iniciativa de pesquisa com a coordenação de especialistas da Unesp e UFSCar levou 4 anos e embasou Plano de Ações da indústria de defensivos agrícolas; trabalho atingiu 78 cidades e mais de 200 agricultores e apicultores


Publicado em: 18/05/2020 às 13:40hs

Mapeamento mostrou distanciamento entre agricultor e apicultor e inspirou medidas eficazes para proteger abelhas

A fronteira agrícola conta hoje com mais conhecimento adquirido para preservar abelhas ante aplicações de defensivos agrícolas frente ao início da década passada. A avaliação é do Movimento Colmeia Viva, iniciativa da indústria de agroquímicos que tem por objetivo incentivar o diálogo e construir uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura. Protagonista de uma série de esforços na área, o movimento atua apoiado nos resultados do levantamento MAP – Mapeamento de Abelhas Participativo.

Conforme o médico veterinário Daniel Espanholeto, especialista em uso correto e seguro do Colmeia Viva, o MAP foi uma iniciativa de pesquisa concebida para investigar causas de mortes de abelhas no entorno de lavouras do Estado de São Paulo. O trabalho, realizado com apoio dos professores Osmar Malaspina e Roberta Nocelli, das universidades Unesp e UFSCar, respectivamente, abrangeu mais de 200 agricultores e apicultores em 78 municípios.

A execução do MAP, informa Espanholeto, compreendeu visitas a campo, coleta de abelhas para análises, identificação do perfil de apicultores e agricultores, práticas de manejo de apiários e manejo de culturas. Foram avaliadas também a inter-relação entre apicultura e agricultura e entre resíduos de produtos químicos e mortes de abelhas.

De acordo com Espanholeto, entre as conclusões mais relevantes trazidas pelo MAP após quatro anos de estudos, chamou a atenção do Colmeia Viva a falta de comunicação entre agricultores e apicultores, mesmo quando ‘vizinhos de porteira’. Esse distanciamento, conforme o especialista, estava na origem de outros pontos controversos então ainda não identificados na relação entre agricultura, apicultura e defensivos agrícolas.

“Sabemos hoje, com base nos resultados da pesquisa, que a aplicação de defensivos agrícolas sem observância de práticas adequadas, assim como a ausência de análise de riscos atrelada à escolha de pastos apícolas, ocasionava os acidentes mais graves com abelhas”, afirma Espanholeto.

“O MAP esclareceu ainda que boa parte dos casos de mortalidade de abelhas decorre da visitação desses polinizadores a áreas de atividade pecuária. Nestas, constatou-se uso elevado de agentes químicos de natureza não-agrícola e a aplicação de produtos para controle de parasitas”, continua ele.

Plano Nacional e medidas protetivas – De acordo com o Colmeia Viva, o resultado da pesquisa MAP ancorou a elaboração do Plano Nacional, uma estratégia em curso nas principais regiões agrícolas do País. O plano foca na proteção de cultivos e na preservação de abelhas por meio do compartilhamento de responsabilidades entre agricultor e apicultor.

“Após o Mapeamento de Abelhas Participativo, investimos no desenvolvimento de ferramentas específicas para reduzir a distância entre agricultor e apicultor”, reforça Rhaissa Michievicy, engenheira agrônoma, analista de uso correto e seguro do Colmeia Viva.

Conforme Rhaissa, fazem parte do Plano Nacional Colmeia Viva serviços gratuitos como o Colmeia Viva APP, Manual de Boas Práticas e Assistência Técnica, este último sem similar no País. Acessível pelo 0800 771 8000, Assistência Técnica Colmeia Viva mobiliza profissionais especializados, consultoria técnica e elaboração de treinamentos para agricultores e apicultores, na forma presencial ou no ambiente digital.

“Uma das ferramentas do Plano Nacional, o Colmeia Viva APP preconiza a necessidade de o agricultor, além de utilizara a boas práticas agrícolas, avisar ao apicultor quando aplicará defensivos agrícolas, e de o apicultor após já ter informado onde estão suas colmeias, tomar as devidas medidas protetivas, evitando acidentes no dia da pulverização”, ressalta Rhaissa Michievicy. “O sucesso dessa relação é a chave da proteção das abelhas nas aplicações de defensivos agrícolas.”

Ainda de acordo com os porta-vozes do Colmeia Viva, os investimentos da indústria no Plano Nacional impactaram positivamente, no ano passado, na redução dos relatos sobre mortalidade de abelhas encaminhados aos canais do movimento.

Para mais informações sobre o Mapeamento de Abelhas Participativo e o Plano Nacional do Movimento Colmeia Viva, acesse.

Fonte: Movimento Colmeia Viva

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