Mercado Financeiro

FED: Autoridades do BC dos EUA reiteram aumentos graduais de juros

Na ata da mais recente reunião de política monetária, dos dias 25 e 26 de setembro, as autoridades do Federal Reserve indicaram que a solidez da economia justifica a manutenção de aumentos graduais nas taxas de juros


Publicado em: 19/10/2018 às 18:20hs

FED: Autoridades do BC dos EUA reiteram aumentos graduais de juros

Na ata da mais recente reunião de política monetária, dos dias 25 e 26 de setembro, as autoridades do Federal Reserve indicaram que a solidez da economia justifica a manutenção de aumentos graduais nas taxas de juros, e que buscarão evidências de que suas ações sobre os juros manterão o crescimento econômico, de forma equilibrada.

Incerteza - A ata, divulgada nesta quarta-feira (17/10), vem à luz após três semanas nas quais o Fed procurou enfatizar a incerteza quanto ao nível preciso da taxa de juros neutra, aquela que não estimula nem restringe a atividade econômica ? situação que é a preferida, no momento, pela maior parte dos integrantes do BC americano.

Elevação - Ao longo deste ano, o Fed se mostrou crescentemente determinado a elevar gradualmente as taxas de juros em direção ao nível neutro, em razão de a taxa de desemprego estar abaixo das estimativas consideradas em conformidade com uma inflação estável e uma economia em expansão sólida. A ata, contudo, mostra pouco consenso sobre o que fazer após a taxa de juros atingir o nível considerado neutro.

Quatro altas - A decisão de elevar os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 2,0% a 2,25%, foi tomada por unanimidade na reunião de setembro. As projeções anunciadas após a reunião mostraram que a maioria dos membros considera que haverá um quarto aumento de juros em 2018, até dezembro, e outros três em 2019, se a economia corresponder às expectativas.

Longo prazo - As projeções também mostraram que o Fed considera que a taxa de juros, no longo prazo, ficará entre 2,75% e 3,0%, de forma a equilibrar oferta e demanda. A grande questão é saber até onde os juros precisarão ir em um ambiente no qual a economia tem se expandido acima do sustentável no longo prazo. Embora uns poucos integrantes considerem que a economia exigirá que o Fed eleve a taxa de juros acima do nível neutro, para impedir um sobreaquecimento, um número ainda menor avalia que será preciso esperar por mais evidências de que a inflação está se acentuando, antes de endossar tal abordagem.

Comunicação - A ata é a mais recente peça de comunicação do Fed a marcar o afastamento em relação ao uso de estimativas sobre o que seria a taxa de juros neutra como âncora para decisões futuras de política monetária. Segundo a ata, muitos participantes consideraram, na última reunião, que as decisões futuras sobre os juros devem ser guiadas mais “por avaliação dos dados que chegarem e por suas implicações sobre a perspectiva econômica”. “Estimativas sobre a taxa de juros neutra são apenas um entre muitos fatores que o comitê [Fomc] considera nas decisões de política monetária”, diz a ata de setembro.

Avaliações - Alguns integrantes do Fed elevaram suas avaliações sobre o crescimento da economia este ano, mas a ata não sinaliza grandes mudanças no pensamento quanto à perspectiva de curto e de longo prazo. Alguns consideram que os cortes de impostos aprovados no fim do ano passado estimularam os investimentos das empresas, mas “contatos” do Fed com o mundo empresarial sugerem que decisões também foram adiadas em razão das incertezas sobre o comércio exterior, desde que sobretaxas sobre o alumínio e o aço foram adotadas pelo governo dos EUA.

Sinal - Outros integrantes do Fed destacaram que a afluência dos mercados de capitais é um sinal da força do crescimento econômico, apesar de algum estresse nos mercados emergentes no último verão [do hemisfério norte]. Alguns integrantes do Fed consideram haver riscos em potencial no mercado de crédito corporativo, especialmente em empréstimos alavancados e por instituições financeiras fora do sistema bancário.

Inflação - Até onde irão os juros do Federal Reserve é algo que dependerá muito de que o comportamento da inflação confirme as expectativas. Muitos ainda acompanham algum modelo de correlação inversa entre inflação e desemprego, enquanto outros consideram que tal relação se enfraqueceu nas últimas décadas.

Fonte: Portal Paraná Cooperativo

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