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Espírito Santo poderia ser líder em tecnologia solar com incentivos fiscais

O Espírito Santo ainda não tem uma legislação favorável ao desenvolvimento de energias renováveis


Publicado em: 23/03/2020 às 08:40hs

Espírito Santo poderia ser líder em tecnologia solar com incentivos fiscais

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, se o estado adotasse as mesmas leis de incentivo de Minas Gerias, em vigor desde 2012, poderia ser um dos líderes do setor.

"Temos sol, vento, recursos naturais e posição geográfica estratégica, mas um dos motivos que poderia de fato impactar o desenvolvimento do setor, seria a doção de uma lei de incentivo parecido coma do Estado de Minas Gerais", destaca.

Ele defende a promoção de investimentos em solar fotovoltaica, com grande potencial em todo o país, principalmente pela proximidade de grandes regiões com a Linha do Equador, para a produção de eletricidade a partir dessa energia. "Para efeito de comparação, a região menos ensolarada do Brasil tem um potencial de geração maior do que a região mais ensolarada da Alemanha, país referência em energia solar no mundo. Os estados da Região Sul do país Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre os cinco do país com o maior número de usinas fotovoltaicas instaladas e entre os seis com as maiores potências instaladas", disse.

Hoje, a evolução tecnológica permite que a energia elétrica proveniente das fontes renováveis seja mais aproveitada, como os módulos fotovoltaicos com maior eficiência e até mesmo diferentes tipos de uso (substituição de tetos e fachadas), por meio do conceito Building Integrated Photovoltaics (BIPV). "Vale ressaltar que a inovação também abrange a mão de obra, que precisa se qualificar mais à medida que a tecnologia evolui, assim como os equipamentos e materiais utilizados", disse.

Globalmente, a China lidera os investimentos em renováveis no mundo, na ordem de US$ 360 bilhões entre 2017 e 2020). A energia solar, considerando a geração centralizada e a geração distribuída, tem uma potência total instalada de aproximadamente 4,4 GW, bem atrás de outras fontes de energia como a eólica, a térmica e a hidroelétrica.

Porém, por meio da geração distribuída, cada vez mais os consumidores têm a possibilidade de gerar sua própria energia para consumo por meio de usinas fotovoltaicas instaladas em suas residências ou outras propriedades. Apesar de algumas regiões se destacarem (principalmente Sudeste e Sul), todo o país possui um grande potencial para o desenvolvimento dessa fonte de energia renovável.

Segundo o deputado, no Brasil, são quatro principais pilares para o desenvolvimento no setor: mais investimentos por parte do governo, desenvolvimento de políticas públicas favoráveis ao setor, simplificação das linhas de financiamento e estabilidade jurídica ao setor.

Hoje uma possível taxação aos consumidores de geração distribuída no Brasil está dividindo o mercado. Segundo Evangelista essa taxação diminuiria bastante os investimentos no setor, primeiro porque aumentaria em média 35% o tempo de retorno dos investimentos (caso a Aneel- Agência Nacional de Energia Elétrica optasse pelo cenário 5 taxação de 68% em média), e segundo, porque traria uma grande instabilidade regulatória, uma vez que as regras do setor mudariam de forma abrupta sem uma contrapartida razoável.

Fonte: Portal Solar

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