Clima

Enfrentar a mudança climática requer decidida ação intersetorial, afirma IICA

No âmbito da COP25, Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, clamou aos ministérios de diversos setores, à sociedade civil e às empresas a incorporar ações referentes às mudanças climáticas nas agendas dos países da América Latina e do Caribe


Publicado em: 18/12/2019 às 09:40hs

Enfrentar a mudança climática requer decidida ação intersetorial, afirma IICA

Enfrentar a mudança climática e aumentar a resiliência ante os eventos climáticos de grande magnitude requerem um claro enfoque intersetorial, no qual participam decididamente os setores agrícola, ambiental e social, entre outros, assim como a forte intervenção da sociedade civil e do setor privado, enfatizou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, durante a Conferência das Partes da Convenção Marco da ONU (COP25), que trabalha com este tema.

Otero, que encabeçou a delegação do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) que participou da COP25 em Madri, na Espanha, e que finaliza neste 13 de dezembro, foi um dos oradores de um evento organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), com apoio do CGIAR (Consultative Group on International Agricultural Research).

“Enfrentar a mudança climática não é um tema somente dos ministérios da agricultura, deve-se assumir um claro enfoque interministerial e, além disso, não basta somente a ação do Estado, a sociedade civil e o setor privado também devem ser atores importantes”, defendeu Otero no painel ante autoridades públicas e empresários internacionais.

“A mudança climática supera as fronteiras. Por isso, é fundamental uma abordagem supranacional. Também se requer contar com sistemas de alerta antecipado para prenunciar seus efeitos e aumentar a resiliência dos setores produtivos, no lugar de ter de atuar somente a partir de suas consequências”, completou.

O Diretor Geral do IICA propôs ao rol de instituições de pesquisa vinculadas ao setor agrícola incorporar a dimensão ambiental em seus trabalhos, além de instar a redefinição das estratégias de extensão, de modo que a promoção do desenvolvimento territorial inclua as boas práticas ante às mudanças climáticas.

“A agricultura tecnificada, sustentável e de baixo carbono pode mudar a equação dos modelos de desenvolvimento, há que se apoiar e empoderar os jovens rurais para que sejam os primeiros a adotar as novas tecnologias”, disse Otero.

No âmbito da COP25, ele enfatizou a oportunidade que a agricultura tem, por ser parte das soluções, para enfrentar às mudanças climáticas. E afirmou que o IICA está disposto a trabalhar com países e blocos de nações que também assumam este desafio seriamente.

“Não é moda, tem de se internalizar este tema nas agendas dos países”, frisou.

A delegação do IICA na COP 25 foi formada por Otero e Federico Villarreal, diretor de Cooperação Técnica; Gabriel Rodríguez, gerente de Projetos; Karen Montiel, gerente do Programa de Mudança Climática, Recursos Naturais e Gestão de Riscos Produtivos; e Kathya Fajardo, especialista deste programa.

Também fez parte da delegação a equipe da Oficina Permanente para Europa do IICA, coordenada por Soraya Villarroya que, também organizou, junto com parceiros, a mostra fotográfica “Mulheres Rurais na América: semeando hoje a agricultura do futuro”, que em exposição na Zona Verde da COP e foi vista por mais de 15.000 pessoas.