Você já deve ter ouvido falar sobre drones. Esse objeto virou o sonho de consumo de quem é apaixonado por aviação e fotografia. Porém, o que a grande parte da população não sabe é que esses Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), somados à outras tecnologias de ponta, podem ser grandes aliados da agricultura no monitoramento de plantações inteiras, prevenindo o surgimento de pragas, por exemplo, com expectativa de reduzir a utilização de insumos (agrotóxicos e outros) nas lavouras, além de melhorar a eficácia da produção e permitir o uso racional dos recursos.

Apaixonado por aviação e inovação, Gabriel Klabin, de 34 anos, criou a Santos Lab quando ainda era universitário, em 2006. Uma empresa de tecnologia e inovação que desenvolve, entre diversos projetos, aeronaves não tripuladas para os setores de defesa e segurança, meio ambiente, construção civil e, principalmente, presta serviços na área agrícola.

A Santos Lab já criou projetos para ações sociais, como drones que pulverizavam inseticidas para eliminar focos de aedes aegypti, passando por projetos de segurança, como o desenvolvido para os Jogos Olímpicos de 2016 e para pacificação dos Complexo do Alemão e Maré. A empresa conta ainda no seu currículo com projetos especiais para o Carnaval do Rio de Janeiro, como o tapete voador do Aladim para a Escola de Samba Mocidade e a águia da Portela que sobrevoou a Marquês de Sapucaí.

A partir 2014, a empresa se especializou no segmento de agricultura de precisão. A Santos Lab desenvolveu uma metodologia exclusiva de gestão agrícola inteligente, baseada nas últimas tecnologias de ponta e no conhecimento da equipe altamente qualificada, que conta com mestres e phds nos setores.

Essa metodologia traz uma maior vantagem competitiva quando comparada às outras empresas voltadas para o agronegócio. Isto porque o método inclui diversas fases, como:

1) Coleta de dados

2) Processamento e análise de dados;

3) Recomendações inteligentes e personalizadas.

4) Consultoria de gestão integrada baseada em todo o processo desenvolvido.

Todo esse trabalho em tempo hábil para que o agricultor tome uma decisão dentro do prazo adequado à sua lavoura. O agricultor tem sua lavoura mapeada com alta resolução, diagnósticos precisos a partir do processamento das imagens e das informações coletadas em campo e analisadas nos seus laboratórios, gerando resultados em um curto espaço de tempo, com perspectiva de correção na própria safra.

O VANT, Carcará, é parte da área tecnológica da metodologia. O veículo, que possui câmera multiespectral, é uma solução versátil, confiável e de qualidade para pequenas e até grandes propriedades, que utilizam o imageamento aéreo para obtenção de informações. Com um excelente custo x benefício, faz voos com autonomia de 60min.

Já no início de 2019, a Santos Lab alça voos internacionais fechando uma parceria com a gigante israelense IAI, a maior companhia Aeroespacial e de Defesa de Israel. O resultado foi a criação do Carcará III. A inovação permite a inédita aplicação em escala comercial / industrial de sensores hiperespectrais na agricultura. A câmera tem a capacidade de capturar imagens invisíveis a olho nu e identificar problemas relacionados à deficiência de macro e micronutrientes na lavoura, doenças e diversos outros problemas, que antes eram identificados apenas através de análises laboratoriais. O lançamento é novidade no mercado mundial e promete agilizar processos a partir do mapeamento aéreo, solucionar dores dos agricultores e otimizar a produção reduzindo desperdício de custos e tempo.

Aliando tecnologia e gestão ao agronegócio, o desenvolvimento das práticas agrícolas serão revolucionadas. O novo conceito de agricultura inteligente consiste no aumento da produtividade, na facilidade do monitoramento agrícola, na redução de desperdícios de tempo e, consequente, redução de custos. Ao mapear toda a lavoura e identificar com precisão as áreas que precisam de cuidados, é possível evitar situações nas quais insumos costumam ser utilizados aleatoriamente, como na pulverização de defensivos. Ao mesmo tempo em que a qualidade dos alimentos aumenta, há economia tanto por parte do agricultor, ao não necessitar pulverizar defensivos em regiões da lavoura onde não existem infestações (o que acontece quando não existe uma informação precisa da lavoura), quanto para o consumidor, que poderá encontrar produtos saudáveis, por preços inferiores e mais acessíveis para a população.