Capacitação

Embrapa capacita em Comunicação Comunitária alunos de curso Técnico em Agropecuária

Nos dias 6 a 8 de dezembro, a Embrapa Amazônia Ocidental realizou a oficina de Comunicação Comunitária para estudantes da Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos, em Manaus, AM


Publicado em: 18/12/2019 às 13:00hs

Embrapa capacita em Comunicação Comunitária alunos de curso Técnico em Agropecuária

A atividade fez parte do projeto Interação, Intercâmbio e Construção do Conhecimento e Comunicação nos Projetos do Fundo Amazônia – Amazocom.

O evento teve por objetivo propiciar a formação teórica e prática para estudantes, por meio da metodologia de educomunicação, para que possam atuar em rede nos mais diversos processos de produção de áudio, vídeo, texto, imagens e web, visando à promoção da cidadania, estimulando-os a refletir sobre a necessidade de comunicação para a transformação social. Participaram da capacitação 28 alunos de 1º, 2º e 3º anos do curso Técnico em Agropecuária.

A Escola Agrícola atende atualmente 120 alunos nos cursos de nível técnico na área de agropecuária, filhos de agricultores de vários municípios amazonenses, em regime de internato. Como futuros técnicos agrícolas, irão trabalhar diretamente com os agricultores e poderão utilizar a comunicação para divulgar as tecnologias da Embrapa e de seus parceiros, atuando como multiplicadores. Para os estudantes, a oficina foi uma oportunidade para descobrir o que podem fazer com um celular em mãos, aumentando seus conhecimentos.

Na palestra “Direito Humano à Alimentação Adequada”, ministrada pela filósofa Celiana Pereira, membro da equipe do “Projeto Rede de Apoio Interinstitucional (ensino superior) e setorial ao fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – Praisan”, ligado à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), os alunos foram estimulados a refletir sobre a relação existente entre alimentação, saúde, educação e comunicação para o desenvolvimento humano.

A coordenadora do evento, Adriana Ribeiro, analista da Embrapa Amazônia Ocidental, apresentou os dados que colocam o Brasil em 79º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o estado do Amazonas em 18º lugar no ranking nacional. O IDH é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento humano e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos, via Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), combinando três dimensões: longevidade, educação e renda.

Diante desse quadro, mostrou aos participantes a necessidade de assumirem seu papel na sociedade, no que diz respeito à promoção da cidadania e à transformação social. “Devemos levar a sério esses índices de IDH, que colocam nosso estado em níveis tão baixos. Para que esse quadro mude é necessário trilhar um caminho que passa pela segurança alimentar e nutricional, exige mais investimentos em educação e melhor distribuição de renda. E os técnicos em agropecuária que sairão da escola e passarão a atuar no mercado de trabalho diretamente com os agricultores, podem aliar os conhecimentos adquiridos sobre a área agrícola às ferramentas de comunicação, para que eles conheçam e compreendam as tecnologias que podem fazer a diferença na vida de muitas famílias e comunidades”, comentou.

Para falar sobre comunicação comunitária, a jornalista Priscila Viudes, da Embrapa Acre, fez uma comparação entre meios de comunicação empresarial e o alternativo. Enquanto o primeiro visa o lucro e está atrelado aos interesses do grupo proprietário, que tem relações mercadológicas, o comunitário é feito pela e para a comunidade. Mostrou exemplos de produções alternativas que utilizam opções diferenciadas para levar suas mensagens. Lembrou que o artigo 220 da Constituição Federal trata da liberdade de expressão e que todos têm direito a exercitar seus direitos à informação.

Priscila também mostrou outros exemplos de produções de comunicação comunitária como a Rádio Favela, a Mídia Índia e a Mídia Ninja feitas por jovens sem muitos recursos tecnológicos, mas com muito propósito.

Em seguida houve as apresentações dos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Silas Garcia, Nestor Lourenço, Elisa Wandelli e Roberval Monteiro, que falaram com os alunos sobre tecnologias ligadas ao Projeto Integrado da Amazônia (PIAmz). Os estudantes, divididos em equipes, foram incentivados a produzirem peças comunicacionais sobre as tecnologias apresentadas pelos pesquisadores.

No sábado, 7 de dezembro, foram trabalhados temas como mídias sociais, com a relações públicas Larissa Prado, produção de vídeos, com o radialista e blogueiro Jorge Atlas e no domingo, 8 de dezembro, criação de social media digital, com a projetista em designer de social media e sites, Ana Christina Dias Bezerra. Durante os três dias também foram desenvolvidas atividades interativas e lúdicas, sendo que para esse fim, foram produzidos quebra-cabeças, caça-palavras, brincadeiras e vários banners e painéis com o intuito de ajudar os alunos a compreender o conteúdo tratado na oficina.

O Amazocom está ligado ao PIAmz, financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e busca promover a produção e a disseminação de conhecimentos e tecnologias voltadas para a recuperação, conservação e uso sustentável da Amazônia, por meio de apoio a projetos e ações de pesquisa, desenvolvimento, transferência de tecnologia, intercâmbio de conhecimentos e comunicação rural.

Essas ações do projeto também contribuem para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais especificamente para Erradicação da pobreza, Agricultura Sustentável, Educação de qualidade e Redução das desigualdades sociais, uma vez que esses temas foram abordados e discutidos na oficina.

Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental

◄ Leia outras notícias