Mercado Financeiro

Dólar opera em alta, acima de R$ 4,10

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,97%, vendida a R$ 4,0863


Publicado em: 25/09/2018 às 10:40hs

Dólar opera em alta, acima de R$ 4,10

O dólar opera em alta nesta terça-feira (25), com os investidores repercutindo as últimas pesquisas eleitorais no país, que apontam para um cenário com candidatos mais comprometidos com as reformas sem tração na corrida presidencial.

Às 9h49, a moeda norte-americana subia 1,08%, vendida a R$ 4,1304.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,97%, vendida a R$ 4,0863. No ano, o dólar acumula alta de 24%.

Com alta do dólar, o Banco Central indicou que o cenário para inflação piorou e que pode subir os juros no futuro. A disparada da moeda tem potencial para gerar pressões inflacionárias no Brasil. Isso porque os produtos, insumos e serviços importados ficam mais caros na medida em que o dólar se valoriza.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de US$ 9,801 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Novo patamar e perspectivas

A recente disparada do dólar acontece em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado. Na avaliação do mercado, os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto são menos comprometidos com determinados modelos de reformas econômicas considerados fundamentais para o ajuste das contas públicas.

Na prática, as flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.

A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,83 para R$ 3,90 por dólar, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar.