Comercializados, em média, por R$1,95/kg nos primeiros 15 dias de maio, os descartes de galinha pesada obtiveram no ano (cinco meses e meio), valorização de, praticamente, 70% (R$1,15/kg em dezembro de 2018).

Mas o que mais chama a atenção é a variação anual: incremento de 129% sobre maio de 2018. Porque, há exatamente um ano, os preços pago pelos descartes de galinhas pesadas retrocediam ao pior valor nominal registrado desde janeiro de 2014.

À primeira vista esse é um movimento natural, que apenas acompanha a valorização observada no mercado do frango. Notar, porém, que enquanto a valorização do frango vivo em um ano fica em 50%, a dos descartes aproxima-se dos 130%.

Isto é uma clara indicação de baixa disponibilidade do produto no mercado, situação antecipada pela queda de mais de 3% no alojamento de matrizes de corte em 2018. Ou seja: para garantir o abastecimento presente e futuro de pintos e de carne de frango, o setor vem retendo as reprodutoras além do que seria a “idade normal de descarte” e, com certeza, buscando um novo ciclo de produção através da muda induzida.