Cana de Açucar

Consumo de calcário esbarra na greve, estiagem e canaviais "velhos"

A reduzida ocorrência de chuvas e os canaviais "velhos" estão freando o consumo de calcário no Estado de São Paulo


Publicado em: 05/07/2018 às 19:00hs

Consumo de calcário esbarra na greve, estiagem e canaviais "velhos"

A reduzida ocorrência de chuvas e os canaviais "velhos" estão freando o consumo de calcário no Estado de São Paulo. A alta de 9,4% nos primeiros cinco meses de 2018 ocorre a partir de bases reduzidas na comparação, que foram os números do ano passado.

Ao mesmo tempo, a greve dos caminhoneiros, nos últimos 10 dias de maio, afetou o resultado. Até a paralisação, o consumo estava sendo superior ao ano anterior na casa dos 13%.

O alerta é feito pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical), João Bellato Júnior. Ao lado da citricultura, o setor sucroalcooleiro é o principal cliente da indústria paulista de calcário. Para Bellato, o Renovabio será um incentivador para as usinas.

O consumo de calcário no agronegócio paulista ficou em 1,517 milhão de toneladas nos primeiros cinco meses do ano, ante 1,387 milhão em igual período de 2017. A produção nas indústrias associadas ao Sindical ficou na faixa de 1,143 milhão de toneladas, sendo que no ano passado atingiu 1,045 milhão de toneladas.

"A falta de chuvas afeta culturas, como a da cana-de-açúcar. Há relatos de áreas do estado em que o solo está duro como concreto", conta Bellato.

A regulamentação do Renovabio também é aguardada no campo. Aprovado no final do ano passado, o Renovabio quer reduzir a emissão de poluentes, a partir do aumento do consumo dos combustíveis limpos e renováveis, como o etanol e o biodiesel.

Para ajustar seus orçamentos, parte das usinas tem adiado a renovação dos canaviais. Nessa renovação, ocorre a aplicação do calcário, que corrige a acidez do solo e gera maior produtividade nas culturas.

A paralisação nas estradas em maio afetou o setor. O calcário tem a logística como um dos seus principais itens, na análise da distância entre o local de produção e a área de aplicação. "Hoje estamos com a entrega próxima do normal, mas o período de paralisação afetou nossas associadas", revela Bellato.

A estimativa é que o Brasil, mesmo tendo mais de 2/3 de seus solos ácidos, ainda aplique somente metade do calcário necessário para essa correção.

Fonte: Portal Exame

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