Certificação

Como o aumento da população muçulmana no mundo, crescem as oportunidades para empresas que querem exportar seus produtos

A comunidade muçulmana aumenta ano após ano


Publicado em: 11/12/2019 às 09:00hs

Como o aumento da população muçulmana no mundo, crescem as oportunidades para empresas que querem exportar seus produtos

Atualmente, há 1,8 bilhão de muçulmanos no mundo de acordo com Instituto Americano Pew Research Center. Hoje, a maior população muçulmana está na Indonésia, com 235,875 milhões. Mas em 2060, a perspectiva é que a Índia ultrapasse os 300 milhões de muçulmanos, chegando a 333,090 milhões. Toda esta população consume produtos “halal”, que sejam lícitos, permitidos de acordo com as regras de Deus escrita no Alcorão, ou seja, seguem 100% todas as normas da jurisprudência islâmica para consumo dos muçulmanos (veja abaixo mais detalhes). Neste caso não há consumo de álcool ou qualquer incidência de derivados de suínos. A cada ano a população aumenta e necessita de alimentos com certificação halal.

População atual de muçulmanos - 2019

Perspectivas para pulação muçulmana em 2060

E o Brasil é um dos países que está melhor preparado para atender não só a comunidade muçulmana como o mundo quando o assunto é alimento de qualidade. Em frango, por exemplo, de acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), somos o maior produtor e exportador do mundo de carne halal – cerca de 50% dos frangos exportados têm certificação halal. No primeiro semestre de 2019, as exportações de frango certificados alcançaram o volume de 1.006,70 (mil/ton) com aumento de 15% quando comparado com o mesmo período de 2018, que registraram 872,54 (mil/ton).

O Brasil é considerado o segundo maior produtor mundial de frangos, além de ser líder na comercialização de carnes halal, método de corte diferenciado de acordo com as leis islâmicas.
Método de abate halal - Em frigoríficos, por exemplo, são necessárias algumas condições: o abate deve ser efetuado por um muçulmano; a face do animal deve estar voltada para a Meca; o sangue precisa ser extraído da carcaça para evitar contaminação; deve ser uma morte rápida para evitar sofrimento ao animal, além de uma higienização perfeita.

Mercado halal - O mercado global de produtos e serviços Halal representa um valor estimado de US$ 6,4 trilhões, com crescimento entre 15% a 20% ao ano. E um dos produtos mais consumido é a proteína animal.

Segundo estimativas divulgadas no relatório OECD FAO Agricultural Outlook 2018-2027, os principais consumidores mundiais de carne de frango, por kg/per capita, são Estados Unidos, Malásia, Austrália, Brasil, Argentina, Arábia Saudita, Nova Zelândia, Chile e África do Sul, respectivamente.

Perspectivas para 2020 – No primeiro semestre de 2019, de acordo com dados divulgados pela ABPA, a China foi o maior importador de carne de frango, atingindo 257,90 mil toneladas, sendo responsável por 12,9% das exportações de carne de frango. Já para Arábia Saudita, o Brasil exportou 239,93 mil toneladas.

Mas depois das visitas da ministra Tereza Cristina e do governo federal, Jair Bolsonaro, à China e a alguns países do Oriente Médio, as vendas aumentaram. Segundo a ABPA, entre janeiro e outubro, a China importou 444,7 mil toneladas (+22% quando comparado com o mesmo período em 2018), com resultado cambial de US$ 931,7 milhões (+38%). Ao todo, 13,3% da carne de frango exportada pelo Brasil em 2019 foram embarcadas com destino à China. Atualmente temos 46 plantas habilitadas para embarques de carne de frango.

Para Ali Saifi, diretor-executivo da Cdial Halal, a missão fortaleceu as relações e trouxe a expectativa de aumento do comércio do Brasil com países árabes que, com certeza, trará bons frutos para o agronegócio brasileiro. “Houve uma grande proximidade e reconhecimento da importância do mundo árabe para o Brasil. Arábia Saudita, por exemplo, é um país muito grande e os acordos comerciais são extremamente importantes para ambos”, ressalta.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, de janeiro a outubro deste ano, as vendas externas do agronegócio brasileiro para Arábia Saudita foram de US$ 1,462 bilhão, 1,6% a mais que no mesmo período do ano passado. “Estamos ampliando nossa atuação, porém ainda há um grande mercado a ser explorado. Para os países árabes, a questão da segurança alimentar é de suma importância. São países que necessitam de proteína animal, do agronegócio, em geral. Com certeza, este fator ajuda a fomentar o crescimento de mercado”, explica Saifi. Para o executivo, para manter este crescimento e interesses de vários países pelo Brasil, devemos ter bons relacionamentos com todo o mundo e apresentar o que temos de melhor.

Fonte: LN Comunicação

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