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Com alta de juros dada como certa, foco se volta para linguagem do Fed em decisão de política monetária

A linguagem no comunicado de política monetária do Fed "está cada vez mais ultrapassada a cada alta sucessiva de juros", disseram os economistas do Goldman Sachs Spencer Hill e Jan Hatzius antes do início nesta terça-feira dos dois dias de reuniões do banco central


Publicado em: 12/06/2018 às 11:20hs

Com alta de juros dada como certa, foco se volta para linguagem do Fed em decisão de política monetária

Com a alta de juros pelo Federal Reserve dada como certa nesta semana, os investidores estão focados em como o banco central dos Estados Unidos vai caracterizar sua política monetária uma vez que os custos de empréstimo retornam a níveis mais normais em meio à expansão econômica.

No que pode ser a mais importante reformulação de seu comunicado em dois anos e meio, o Fed deve sinalizar a que distância está de interromper o ciclo de altas de juros, se o crescimento econômico mais rápido justifica acelerar o ritmo do aperto e se acredita que a era do dinheiro fácil está, de fato, acabada.

A linguagem no comunicado de política monetária do Fed "está cada vez mais ultrapassada a cada alta sucessiva de juros", disseram os economistas do Goldman Sachs Spencer Hill e Jan Hatzius antes do início nesta terça-feira dos dois dias de reuniões do banco central.

Hatzius prevê que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) vai ao menos retirar a linguagem que usa desde o final de 2015 afirmando que os juros permanecerão abaixo dos níveis históricos "por algum tempo" à frente.

Essa pequena mudança representará um grande reconhecimento de que, após nove anos da segunda mais longa expansão econômica dos EUA já registrada, a política monetária e a economia como um todo começam a parecer cada vez mais normais, tanto internamente como no exterior.

O atual ciclo de aperto monetário do Fed iniciou em dezembro de 2015, e o banco central começou a reduzir a carteira de títulos governamentais e títulos lastreados em hipotecas que comprou para impulsionar a economia após a recessão de 2007-2009.

O Banco Central Europeu também deve nesta semana delinear seus próprios planos para interromper as compras emergenciais de ativos, destacando a recuperação europeia da crise.

O crescimento global tem permanecido forte este ano apesar do risco de uma guerra comercial global e preocupações sobre o crescente nível da dívida soberana.

Diante deste cenário, muitos analistas dizem que faria pouco sentido para o Fed continuar prometendo manter os juros baixos conforme os custos dos empréstimos atingem níveis que não são mais considerados baixos conforme bases históricas.

Os juros do Fed, se elevados para a faixa de 1,75 a 2 por cento esta semana, estarão em um nível comparável ou acima do final de 2001 a 2004, período marcado pelo estouro da bolha da tecnologia e pelos ataques de 11 de setembro de 2001.

O comunicado do Fed e novas projeções serão divulgados na quarta-feira às 15h (horário de Brasília). O chair do Fed, Jerome Powell, falará à imprensa meia hora depois.

Fonte: Reuters

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