Aveia, Trigo e Cevada

Colheita menor, dólar valorizado e trigo caro elevam custo da indústria

Custos dos produtos vendidos pela M. Dias Branco aumentaram para 65,8% no primeiro trimestre de 2018


Publicado em: 16/05/2018 às 19:20hs

Colheita menor, dólar valorizado e trigo caro elevam custo da indústria

Os custos dos produtos vendidos pela empresa de alimentos M. Dias Branco no primeiro trimestre de 2018 aumentaram para 65,8% da receita líquida, enquanto em igual período do ano passado representaram 61,2% da receita líquida. "O custo dos produtos vendidos foi prejudicado pela redução na produção, aumento dos preços do trigo e valorização do dólar ante o real", explicou a analistas o diretor de Novos Negócios e Relações com Investidores da empresa, Fábio Cefaly, durante teleconferência sobre os resultados no período. A redução da produção, acrescentou Cefaly, foi implementada para readequar os estoques da empresa.

O maior peso dos custos também se refletiu na margem Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da M. Dias Branco nos três primeiros meses do ano, de 15,1%, foi 21,3% inferior à margem apurada no primeiro trimestre do ano passado, de 19,3%. Segundo Cefaly, a queda dos preços médios dos produtos na comparação anual - à exceção do segmento de biscoitos - também influenciou a margem Ebitda.

Conforme dados apresentados na teleconferência, o preço médio dos produtos comercializados pela empresa recuou 3,3% ante o primeiro trimestre de 2017. Apenas os preços médios do segmento de biscoitos cresceu em relação à um ano atrás, 2%.

A retração dos valores dos produtos ao longo de 2017 ocorreu em virtude do recuo dos preços do trigo no período, disse Cefaly, além da queda dos preços de outras matérias-primas empregadas na produção dos alimentos, como o arroz.

"O segmento de massas do tipo comum, tradicionalmente mais sensível às oscilações dos preços das commodities, mostrou-se mais competitivo ao longo de 2017 e ainda no primeiro trimestre de 2017, o que provocou a retração do nosso preço médio, pois tivemos de ajustá-los para expandir os volumes", informou a companhia em seu release de resultados.

Em contrapartida, o volume vendido no primeiro trimestre do ano, de 420 mil toneladas, superou em 4,5% as 401,9 mil toneladas comercializadas em igual intervalo de 2017. Conforme o diretor de Relações com Investidores da M. Dias Branco, foi verificado incremento dos volumes em todas as linhas de produtos e crescimento mais acelerado das vendas em regiões fora do Nordeste (base das operações da companhia). "Este resultado vem em linha com a estratégia da empresa", disse Cefaly.

Durante a teleconferência, o executivo abordou também o aumento da participação, entre os clientes da companhia, do canal de vendas "cash & carry", também conhecido como "atacarejo", pontos de venda destinados tanto a varejistas (mercadinhos e mercearias) como consumidores individuais. No primeiro trimestre do ano, a participação do "cash & carry" foi de 17,8% entre os clientes da M. Dias Branco, atrás de redes regionais, atacadistas e varejo. Em igual período de 2017, o canal representava 16% dos clientes.

Segundo Cefaly, com este avanço, houve também queda das margens de lucro do canal. Dentre as razões apontadas está o fato de as vendas de produtos da categoria massas, em especial as massas comuns, terem bom fluxo nos pontos de venda "cash & carry" e possuírem preços e margens menores.

Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

◄ Leia outras notícias