Suíno

China terá redução de 10 mi de toneladas na oferta de carnes com peste suína

Novo relatório do Rabobank aponta que 200 milhões de animais já foram afetados


Publicado em: 23/04/2019 às 18:40hs

China terá redução de 10 mi de toneladas na oferta de carnes com peste suína

A peste suína africana avança pela China e para outros países do continente asiático, o que poderá afetar o equilíbrio de carnes no mercado mundial.

Um novo relatório do Rabobank, banco especializado na cadeia do agronegócio, estima que de 25% a 35% da produção chinesa de suínos será afetada neste ano. Nas regiões mais críticas, esse percentual poderá atingir 50%.

Esse novo cenário trará grandes oportunidades para alguns países e enormes desafios para outros. A doença já afetou de 150 milhões a 200 milhões de animais, uma perda que supera 30% do mercado chinês. O rebanho no final de 2018 era de 442 milhões de animais.

Segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesse mesmo período, o total de suínos na Europa era de 149 milhões de cabeças; nos Estados Unidos, de 73 milhões.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou o abate de 2018 no Brasil em 44 milhões de animais.

China, União Europeia, Estados Unidos e Brasil têm os maiores rebanhos. Com déficit tão grande na carne suína, os chineses vão recorrer às outras proteínas, como carnes de aves, bovina, ovina e frutos do mar.

O resultado poderá ser uma redução de 10 milhões de toneladas na oferta de proteína animal no país, estima o Rabobank.

Esse volume deverá afetar não só os preços internos da China mas também os do mercado mundial.

Países que têm superávit desses produtos e portas abertas na Ásia terão grandes oportunidades. Um deles, segundo o banco, é o Brasil. Estados Unidos também são grandes fornecedores dessa proteína, mas as elevadas taxas impostas ao produto norte-americano, devido à guerra comercial entre os dois países, dificultam as exportações para a China.

Os americanos também têm grande presença no mercado internacional de carne de aves. Mas, devido à gripe aviária de 2015 nos Estados Unidos, eles têm as portas fechadas na China para essa proteína.

O caminho de volta para a suinocultura chinesa será longo. Além do tempo necessário para a total eliminação da doença internamente, os chineses terão de ficar atentos ao avanço da doença para os países do sudeste do continente.

Vencida essa etapa, o país deverá redobrar os cuidados para que não haja um retorno da doença, segundo avaliação do Rabobank.

Fonte: Folha de São Paulo

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