Preços Agropecuários

Carne encarece até 10,4%

Com a bandeira da redução dos preços dos combustíveis, a greve dos caminhoneiros foi suficiente para provocar o aumento do custo da carne para o consumidor, na contramão da queda que o produto vinha mostrando em maio


Publicado em: 04/06/2018 às 11:40hs

Carne encarece até 10,4%

Levantamento feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro antes e durante a paralisação da categoria aponta crescimento de até 10,4% na tabela dos açougues, em relação a abril. A comparação foi feita entre 27 de abril e o último dia 29 em 38 estabelecimentos de Belo Horizonte e Contagem, na Grande BH. Depois do movimento, açougues já constataram aumento nos novos pedidos, mas tentam evitar o repasse aos clientes.

Segundo o diretor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, todos os cortes pesquisados apresentaram elevação de preços no varejo. “Os preços das carnes que estavam em forte queda no mês de maio, subiram drasticamente nos últimos dias”, afirma. No ápice da crise de abastecimento, o frango sumiu do mercado e a mercadoria que ficou nas vitrines foi inflacionada. O quilo do frango resfriado, que custava R$ 5,49, passou para, em média, R$ 5,74, aumento de 4,55%. O quilo da asa resfriada encareceu, em média, de R$ 9,73 para R$ 10,41, acréscimo de 6,99%. A coxa e a sobrecoxa também ficaram mais caras, passando, em média, de R$ 6,92 para R$ 7,40, valor 6,94% maior.

A tendência é que o preço suba. “O boi e o porco estão com o preço antigo, mas vai subir, porque o próximo pedido já está mais caro. Agora, só repassamos o aumento do frango, porque subiu cerca de 30%”, afirma o gerente da Casa de Carnes Drummond, no Mercado Central de BH, Antônio da Cruz.

Entre as carnes de boi, a alcatra foi um dos cortes que disparou na greve, subindo de R$ 24,98 para R$ 27,05 o quilo, aumento de 8,68%. O preço da carne suína, que também andou sumida da praça, teve aumento em torno dos 6,5%, observado no lombo e no pernil com osso inteiro. O toucinho foi o item com maior remarcação entre os corte de porco, chegando a R$ 6,69, aumento de 10,4%.

Os clientes ainda não estão sentindo a inflação pós-greve dos caminhoneiros, mas percebem variação expressiva entre os estabelecimentos, que ultrapassa 15% para um mesmo produto.. A dica é pesquisar. “Comprei contra-filé a R$ 24,90, que é o preço normalmente. Mas há diferença de até 4 reais entre os açougues. Tem que comparar”, ensina Douglas Batista, na fila para pagar a mercadoria.

A cozinheira Maria de Lourdes Pereira comprou ontem 10 quilos de toucinho no Frigorífico Montalvânia, no Mercado Central. “Não senti diferença”, diz, depois de pagar R$ 8,90 pelo quilo. O funcionário público Leandro Galvão, de 42 anos, sentiu mais a inflação em itens de hortifrutigranjeiros. “Desistimos de comprar limão ontem porque estava muito caro. Conseguimos encontrar carne com preço bom, mas, no supermercado, minha mãe desistiu de levar músculo porque estava muito caro”, comenta o funcionário público Leandro Galvão, que foi fazer compras com a família no Mercado Central.

Variação

Entre os estabelecimentos pesquisados pelo site Mercado Mineiro, houve variações que chegam a 146% para os preços do mesmo produto, como no caso do quilo da fraldinha, que pode custar de R$ 14,98 a R$ 36,95. Quanto aos cortes de porco, a variação alcança 154%, verificada no preço do lombo, que vai de R$ 8,99 a R$ 22,90 o quilo. A pesquisa também constatou o preço do toucinho comum entre R$ 6,99 e R$ 19,50, diferença de 178%.

Informações que circulam nas redes sociais dão conta de que a população não deve consumir carne, em razão da greve dos caminhoneiros, quando muita mercadoria ficou parada na estrada. De acordo com essas informações, as carnes podem ter descongelado. Açougueiros ouvidos pelo Estado de Minas explicam que esse risco é maior no caso de carnes embaladas. Descongelar ocorre em casos de carne embaladas. Para garantir o consumo de produtos frescos, a dica do açougueiro Fernando Santana, do Frigorífico Montalvânia, no Mercado Central de BH, é verificar se a carne está com sangue, além de observar cheiro e coloração. O produto adequado ao consumo não deve ter a cor vermelha em excesso, o que pode indicar adição de conservantes, nem estar escura demais.

Fonte: Estado de Minas

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