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Camex autoriza Brasil a consultar OMC sobre apoio da Índia à exportação de açúcar

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou na véspera autorização para que o Brasil abra consultas no Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar a política indiana de apoio à exportação de açúcar.


Publicado em: 13/12/2018 às 13:00hs

Camex autoriza Brasil a consultar OMC sobre apoio da Índia à exportação de açúcar

O país asiático deve registrar um salto na produção do adoçante nesta safra, com expectativa de tirar do Brasil o posto de maior produtor global da commodity. Em outubro, a Reuters revelou que os indianos devem embarcar açúcar pela primeira vez em três anos.

A decisão brasileira vem após a Austrália também dizer à OMC que a Índia superou em muito os limites permitidos para subsidiar o setor açucareiro local.

"A suspeita é de que o apoio doméstico e os subsídios à exportação concedidos pelo governo da Índia têm causado impactos significativos no mercado mundial de açúcar, em um cenário de preços em queda e diminuição da produção nos principais centros -Brasil, China e Tailândia", afirmou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços em nota.

A Camex é subordinada à tal pasta. "O governo brasileiro tem acompanhado o tema com preocupação", afirmou o comunicado, acrescentado que respostas dadas anteriormente pela Índia sobre sua política de apoio à exportação "não foram esclarecedoras".

Segundo o governo do Brasil, a Índia implementa, desde a década de 1960, política de preço mínimo para a cana que visa a proteger os agricultores das oscilações do preço internacional do produto. Com respaldo em leis federais e estaduais, o governo indiano estabelece preços administrados que os processadores deverão pagar aos produtores pela compra da matéria-prima.

Adicionalmente, o governo indiano implementa medidas de subsídios à exportação, com o objetivo de escoar a superprodução nacional decorrente da política de preço mínimo para cana. Entre essas medidas, destacam-se os subsídios de assistência vinculados ao desempenho exportador dos usineiros e os subsídios de transporte para facilitar a exportação de açúcar, frisou o ministério brasileiro.

A pasta informou ainda que, em 2017, o Brasil exportou para a Índia 924 milhões de dólares em açúcar, com crescimento de 4,5 por cento em relação ao valor embarcado em 2016. Neste ano, de janeiro a novembro, as exportações foram de 511 milhões de dólares, uma queda de quase 40 por cento em relação a igual período do ano anterior.

Fonte: Reuters

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