Capacitação

Assistência técnica do Paraná participa de capacitação em boas práticas agrícolas

A expectativa é reunir aproximadamente 150 extensionistas da Emater que assistem produtores em diversas regiões do Paraná


Publicado em: 14/09/2018 às 08:40hs

Assistência técnica do Paraná participa de capacitação em boas práticas agrícolas

A Embrapa e a Emater/PR irão promover um Treinamento em Boas Práticas Agrícolas - com enfoque em manejo integrado de pragas (MIP) e em manejo de doenças (MID) na soja, além de inoculação, coinoculação e manejo do solo, - que será realizado entre 12 e 14 setembro, na Embrapa Soja, em Londrina (PR). A expectativa é reunir aproximadamente 150 extensionistas da Emater que assistem produtores em diversas regiões do Paraná. A abertura do evento será no dia 12 de setembro, às 8h30, e contará com a presença do secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento do Paraná, George Hiraiwa, do chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, o presidente da Emater-PR, Richard Golba, entre outras autoridades.

O Paraná implantou mais de 5,46 milhões de hectares de soja na safra 2017/2018. Na safra passada, foram instaladas 196 Unidades de Referência (URs), em Manejo Integrado de Pragas (MIP), 195 em Manejo Integrado de Doenças (MID) e outras 37 em inoculação/coinoculação na soja, em propriedades rurais de 93 municípios assistidos pela Emater, no Paraná. Essas URs foram conduzidas de acordo com os princípios do MIP e do MID e de práticas de inoculação. Os resultados do trabalho serão compartilhados, pelo quinto ano consecutivo, com a assistência técnica do Paraná.

Para o coordenador do projeto Grãos da Emater-PR, Nelson Harger, o evento é importante, porque fortalece as tomadas de decisão dos técnicos e agricultores pautadas em critérios técnicos e econômicos e amplia a utilização de boas práticas agrícolas. “Estamos divulgando resultados com muita qualidade aos técnicos para que eles auxiliem os produtores nas tomadas de decisão, referentes a temas que impactam a produção e rentabilidade da soja”, ressalta Harger.

Manejo de pragas - Durante o treinamento, haverá ainda o lançamento da publicação Resultados do Manejo Integrado de Pragas da Soja na safra 2017/18 (Documentos 402), editada pela Embrapa e pela Emater. A publicação reúne os resultados da utilização do Manejo Integrado de Pragas no Estado, na última safra. Em áreas em que não se fez o MIP, a média foi de 3,4 aplicações de inseticidas no Paraná. Nas URS o número foi reduzido para 1,5 aplicações, o que representa diminuição de mais de 50%.

"Essa diferença foi maior nas áreas com soja não-Bt, com 1,7 aplicações nas áreas de MIP e 3,9 aplicações nas áreas não acompanhadas”, explica o pesquisador Osmar Conte, da Embrapa Soja. “Confirma-se mais uma vez que o Manejo Integrado de Pragas é uma prática que orienta o produtor na redução do uso de inseticidas, com ganhos em rentabilidade de cerca de 2 sacas por hectare de soja”, diz o pesquisador.

O tempo médio até a primeira aplicação de inseticida nas URs foi de 78 dias, bem superior ao observado no levantamento das lavouras do Estado, que foi em média de 43,9 dias. “Parece pouco, mas quanto maior o intervalo entre a semeadura e a primeira aplicação, menor o número de aplicações necessárias, menos produto é usado e menor é o custo”, avalia Conte. “Além disso, dá oportunidades para o desenvolvimento de agentes de controle biológico que auxiliam o agricultor na proteção da sua lavoura contra o ataque de pragas”, explica.

Manejo da ferrugem-asiática da soja – A partir de um protocolo técnico de trabalho estabelecido na parceria entre a Emater e a Embrapa, foram instalados coletores de esporos para monitorar a chegada do fungo causador da ferrugem-asiática. Na safra 2017/2018 foram instalados coletores de esporos em 115 URs distribuídas nas diversas regiões do estado. Os resultados obtidos estão relatados na publicação Monitoramento de Phakopsora pachyrhizi na safra 2017/2018 para tomada de decisão do controle da ferrugem-asiática da soja (Circular Técnica 141).

A Emater vem utilizando há várias safras o modelo de coletor de esporos, idealizado por Seiji Igarashi, no qual há uma lâmina com fita adesiva dupla face que facilita a adesão dos esporos. “O objetivo é detectar a chegada do fungo à lavoura, e orientar o produtor sobre o momento de realizar a primeira aplicação de fungicida para controle da ferrugem-asiática”, explica a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja.

Segundo ela, enquanto a média de aplicações de fungicidas no Paraná foi de 2,5, na safra 2017-18, nas propriedades assistidas (URs) em que as informações do coletor foram utilizadas, a média foi 1,7 pulverizações e sem diferença de produtividade. “Com a adoção do MID, obteve-se uma economia em média de 3 sacas por hectare, comparativamente com as áreas que não empregaram o MID”, explica Claudine.

Também houve uma ampliação no tempo para a realização da primeira aplicação de fungicidas. No Paraná, os produtores, de uma forma geral, começaram a usar fungicidas 56 dias após a emergência da soja e nas URs apenas 78 dias depois. “Essa prática de antecipar a aplicação de fungicidas, aumenta o custo de produção e interfere no controle natural de pragas, já que o fungicida mata também fungos benéficos que atacam lagartas, por exemplo”, alerta.

Fonte: Embrapa Soja

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