Soja

Após queda intensa, soja passa por leve correção técnica em Chicago nesta 6ª feira

As cotações subiam pouco mais de 1,50 ponto, por volta de 6h25 (horário de Brasília), com o novembro/18 valendo US$ 8,65 por bushel


Publicado em: 19/10/2018 às 10:50hs

Após queda intensa, soja passa por leve correção técnica em Chicago nesta 6ª feira

O mercado da soja busca recuperação na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (19) e trabalha com estabilidade, mas do lado positivo da tabela. As cotações subiam pouco mais de 1,50 ponto, por volta de 6h25 (horário de Brasília), com o novembro/18 valendo US$ 8,65 por bushel.

Esse comportamento mais estável e cauteloso, já típico por parte dos traders próximo ao final de semana, se dá depois das perdas de mais de 20 pontos no pregão anterior, quando as vendas frcas para exportação dos EUA - além de outros fatores - pressionaram severamente o mercado. Trata-se somente de uma ligeira correção técnica, portanto, como explicam os especialistas, após suas maiores baixas em cinco semanas.

"O mês de outubro, que sazonalmente volta a atrair a demanda chinesa pelo grão norte-americano, agora passa pelo pior período dos últimos 6 anos. A guerra comercial mantém os olhos dos importadores e esmagadores asiáticos pelo produto de origem brasileira", explicam os analistas da AgResource Mercosul (ARC).

No mais, os traders também dividem suas atenções entre as melhores condições de clima para a colheita da safra 2018/19 no Meio-Oeste americano - que passou por algumas adversidades na últimas semanas - e o bom avanço do plantio no Brasil, que também conta com um clima adequado até esse momento para os trabalhos de campo.

"Os mapas climáticos atualizados hoje continuam trazendo um padrão favorável para o Centro-Oeste brasileiro, principalmente para Mato Grosso e Goiás. Chuvas generalizadas se estendem sobre todo o centro-norte do país, com totais pluviométricos acumulados esperados num raio de 30-45mm no período", diz a ARC. "De maneira geral, o cenário meteorológico é perfeito para o início da safra 2018/19", completa a consultoria.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja cede mais de 2% em Chicago nesta 5ª feira e preços nos portos do BR acompanham queda

O mercado da soja ampliou suas baixas na Bolsa de Chicago e fechou o dia perdendo mais de 20 pontos - ou 2% - nos principais contratos no pregão desta quinta-feira (18). Uma conjunção de fatores pressionou os preços e levou, inclusive, o contrato março/19 a perder o patamar dos US$ 9,00 mais uma vez. O maio/18, que serve como referência para a nova safra do Brasil, encerrou os negócios em US$ 9,03

"E vimos hoje os fundos de investimentos saindo e vendendo suas posições em Chicago diante desses fatores", explicou o analista de mercado Marlos Correa, da Insoy Commodities.

Foram combinados nesta quinta números baixos das vendas semanais norte-americanas, melhores condições de clima para o colheita no Corn Belt e ainda a preocupação com a guerra comercial entre China e Estados Unidos.

De acordo com dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), na semana encerrada em 1 de outubro, as vendas semanais de soja dos Estados Unido somaram apenas 293,6 mil toneladas, contra expectativas que variavam de 600 mil a 1 milhão de toneladas.

No acumulado da temporada, o total da oleaginosa já comprometido pelo país é de 20.842,2 milhões de toneladas, contra mais de 26,2 milhões do mesmo período do ano passado. A estimativa total do USDA para o ano comercial é de que as exportações americanas somem 56,07 milhões de toneladas.

Como explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o cenário reflete a ausência do principal comprador dos EUA, que é a China, em decorrência da guerra comercial entre os dois países que segue em curso.

"Os totais também mostram isto. São 20,8 milhões contra 26,3 milhõe de toneladas vendidas do ano passado. Os embarques refletem o mesmo, 5 milhões deste ano, contra 7,05 milhões de toneladas do ano passado, contando com uma certa arrancada na semana passada com 1,16 milhão" diz.

Preços no Brasil

No Brasil, o dia foi misto para a formação dos preços frente às baixas em Chicago se deparando com uma alta de mais de 1% do dólar nesta quinta-feira. Nesse ambiente de incerteza, os negócios permanecem travados no mercado nacional, especialmente os da safra nova. "A comercialização está travada", disse Marlos Correa em entrevista ao Notícias Agrícolas.

No interior do país, os preços apresentaram baixas de mais de 2,5%, como foi o caso de São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, onde a saca ficou nos R$ 76,00, até altas de 3,55%, como no Oeste da Bahia, com a última referência em R$ 73,00.

Já nos portos, o dia foi negativo. A queda intensa dos futuros da oleaginosa falou mais alto e os preços cederam mais de 1%. Em Paranaguá, a soja disponível encerrou o dia valendo R$ 90,50 e a safra nova com R$ 80,00 por saca, com baixas de 1,09 e 1,23%, respectivamente. Em Rio Grande, queda de 1,52% no spot, para R$ 90,60, e de 2,13% para novembro, onde o último preço foi de R$ 92,00 por saca.

A moeda norte-americana terminou a sessão desta quinta-feira com alta de 1,16% e valendo R$ 3,7250, após três sessões consecutivas de baixas intensas.

Fonte: Notícias Agrícolas

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