Cana de Açucar

Após mecanização, indústria de colhedora de cana se ajusta ao mercado

O fim das queimadas da cana-de-açúcar na região centro-sul do país deu um impulso às indústrias de colhedoras de cana no país


Publicado em: 19/09/2018 às 18:00hs

Após mecanização, indústria de colhedora de cana se ajusta ao mercado

O fim das queimadas da cana-de-açúcar na região centro-sul do país deu um impulso às indústrias de colhedoras de cana no país. As vendas, que chegaram a 1.500 unidades por ano, recuaram, porém, para 721 unidades em 2017.

Atualmente, 97% das lavouras de cana já são mecanizadas na região centro-sul, o que faz com que as indústrias reestruturem a produção com base nas novas necessidades de mercado.

Na avaliação de Roberto Biasotto, gerente de marketing de produto da Case IH, um dos focos do mercado agora será o de reposição de máquinas. A operação contínua durante a safra traz um desgaste grande para esses equipamentos.

As apostas se voltam também para as regiões do Norte do Nordeste, onde a mecanização ainda está em 25%. Devido à topografia e à área restrita dos canaviais nessas regiões, a demanda será pequena, em reação ao que foi no centro-sul.

Biasotto afirma que a adoção de novas tecnologias vai gerar demanda. As máquinas ganham eficiência a cada ano e suprem cada vez mais a necessidade das usinas no uso contínuo dos equipamentos.

Mario Ortiz Gandini, diretor agrícola e de tecnologia da usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e pioneiro na mecanização dos canaviais, afirma que a tecnologia e a automação trazem economia.

As novas máquinas com duas linhas de colheita, por exemplo, compactam menos e, no médio prazo, vão ser vitais para aumento de longevidade, produtividade e sustentabilidade dos canaviais, segundo ele.

O Renovabio, que apresenta uma nova política para os biocombustíveis e gera créditos de carbono, também será um fator de demanda para a indústria de colhedoras, na avaliação do executivo da Case.

A troca de uma máquina na São Martinho pode ser feita em até dez anos, mas uma vida tão longa do equipamento exige uma manutenção bem-feita, segundo Gandini. Na média, o mercado faz a reposição das colhedoras com cinco anos de utilização.

O diretor agrícola da usina afirma, contudo, que são feitos cálculos contínuos de quanto as novas tecnologias nas máquinas podem trazer de vantagem. A empresa toma a decisão com base nessas comparações.

O mercado exportador também tem trazido alívio para as indústrias. Neste ano, 27% das 610 unidades produzidas foram exportadas. Os principais mercados são Tailândia, China, Índia, Colômbia, Guatemala, Cuba e Argentina, segundo Biasotto.

Fonte: Folha de S. Paulo

◄ Leia outras notícias