Análise de Mercado

Agronegócio é um dos menos impactados na pandemia do coronavírus

Enquanto indústria e comércio tiveram diversas perdas no país durante a pandemia, o agronegócio conseguiu obter resultados positivos no período


Publicado em: 06/07/2020 às 17:40hs

Agronegócio é um dos menos impactados na pandemia do coronavírus

A categoria reúne desde as pesquisas de sementes e insumos, passando pela agricultura nas propriedades rurais, e chegando até as exportadoras, onde o resultado recente é expressivo.

Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que as exportações brasileiras no agronegócio tiveram recorde no acumulado de janeiro a maio de 2020 e fecharam em US$ 42 bilhões, o maior valor já registrado para os primeiros cinco meses do ano. O resultado representou uma alta de 7,9% em comparação a 2019.

Em entrevista ao programa de TV “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, o secretário estadual de Agricultura, Gustavo Junqueira, disse que o que ajudou no estado de São Paulo foi tornar a agricultura um serviço essencial. “Este foi um momento importante que conseguiu organizar o sistema do agro para que não houvesse ruptura das cadeias”, afirmou.

Os números do agronegócio brasileiro nos últimos meses são positivos, mas a avaliação precisa ser aprofundada para entender como a pandemia e o isolamento social impactou no dia a dia do agricultor. O secretário explicou como essa análise pode ser feita na prática. “50% da produção do leite no estado de São Paulo, por exemplo, é destinada à produção de leite líquido, o leite de caixinha. Os outros 50% vai para leite sólidos como manteiga e queijos. Quando você tem a chegada da pandemia, fecha restaurantes, o que acontece? Esse grande consumo de queijos reduz drasticamente. O produtor que se especializou em leite sólido fica sem um destino. A demanda nos supermercados se altera e há uma corrida para comprar o leite em caixinha, que é um alimento fundamental que pode ser guardado. Você tem que reorganizar o laticínio, reorganizar toda a produção, o que traz altos custos para a venda de um produto que tem menor margem, que é o leite em caixinha. Tem um efeito nas demonstrações de resultados dos laticínios quanto dos produtores de leite”, explica.

Mesmo com esses impactos, o agronegócio ainda é considerado a saída para que a economia brasileira tenha um impacto minimizado na pós-pandemia. Porém, para isso, alguns desafios precisam ser vencidos. Um deles é apontado pelo próprio secretário que reconhece que há ainda pouco investimento nas áreas rurais de São Paulo e que é preciso agir nessas localidades.

Mas aponta ainda outro desafio que repercute nacionalmente. “O que temos aqui é a necessidade de aberturas de novos mercados sempre. Até agora, o agrobrasileiro tem sido comprado e não necessariamente tem sido vendido. Esse é o próximo passo, onde a diplomacia brasileira e a produção precisam andar de mãos dadas porque são negociações que precisam ser feitas com países amigos e a longo prazo. Hoje somos exportadores de mercados à vista, ou seja, precisamos estabelecer regras, contratos, acordos bilaterais que nos deem previsibilidade do que faremos. Com base nisso, podemos fazer investimento na infraestrutura”, disse.

Fonte: CELULOSE ONLINE

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