Com o protagonismo direto da produção em Mato Grosso, a safra nacional de grãos deverá chegar ao recorde de 249 milhões de toneladas em 2020, projeta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com quase 100% de toda a soja plantada já colhida, conforme boletim do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o momento agora é de não somente contabilizar as toneladas nos armazéns, mas, também, preparar os insumos e a logística necessários para o próximo ciclo de produção.

No setor de calcário, insumo básico à necessária correção de solo para o plantio, o movimento não para. Com os cuidados indispensáveis neste momento de prevenção ao avanço do coronavírus, as indústrias mobilizam equipes e máquinas para a demanda que aumenta rapidamente nesta época do ano. O sindicato das indústrias do segmento em Mato Grosso, o Sinecal-MT, enviou orientações às fábricas instaladas no Estado, multiplicadas aos colaboradores e também compartilhadas com clientes, transportadores e fornecedores.

Uso de máscaras, lavagem adequada das mãos e check-list da saúde em dia estão sendo fortalecidos nas indústrias calcareiras, medidas essenciais para o desempenho das atividades com a segurança que o momento requer. “O mercado do agro é forte e sobrevive a todas as intempéries. Temos a convicção de que este momento é passageiro. O cuidado com cada colaborador e com os processos internos se fortalece neste momento, dando um suporte importante para mais uma safra. Venceremos o coronavírus e, mais uma vez, Mato Grosso levará alimento à mesa de milhões de pessoas em todo o mundo”, afirma o presidente do Sinecal-MT, Kassiano Riedi.

De acordo com o mais novo boletim de soja divulgado pelo Imea, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção mundial da oleaginosa ficará em 341 milhões de toneladas, alta de 0,70% ante a estimativa divulgada em fevereiro de 2020. “Para a safra norte-americana, apenas o estoque final foi alterado, com leve alta de 0,03%. Já no cenário brasileiro, a estimativa continua apontando uma produção recorde, passando de 125,00 mi de t na projeção anterior para 126,00 mi de t, alta de 0,80%. Isto é reflexo de uma boa produtividade, como exemplo no estado de Mato Grosso, que é o principal produtor da oleaginosa no país e vem registrando bons rendimentos”, destaca a entidade mato-grossense.

Safra recorde - O aumento no emprego de tecnologias no campo influencia diretamente a alta nas projeções da safra de grãos. Isso passa não só pela aquisição, como também pela melhor maneira de aplicar essas tecnologias, das mais consolidadas às mais inovadoras, safra após safra. É o caso do calcário, insumo tradicional, que reconhecidamente traz benefícios às lavouras. A técnica de calagem ajuda produtores a melhorarem a fertilidade do solo, receita para maior produtividade.

O calcário é responsável por complementar a adubação, com a elevação ou maior equilíbrio do pH do solo, até a melhora no chamado ambiente radicular, a faixa do solo onde se concentram as raízes da planta, caminho para a absorção dos nutrientes que a planta precisa para crescer e produzir.

Lucas Beber, produtor rural e diretor administrativo da Aprosoja, aponta o emprego do calcário como um dos fatores essenciais para a expansão da produção agrícola em Mato Grosso. ‘’Com essa cultura e implementação, foi possível um desenvolvimento radicular, permitindo a criação da maior fronteira agrícola do nosso país. Sem o calcário, seria impossível o cultivo da soja em Mato Grosso. Os grãos levam elementos do solo, como o cálcio, magnésio, potássio e fósforo, e o calcário ajuda nesse processo”, salienta.