Publicado em: 31/10/2025 às 17:30hs
O mercado de soja registrou forte movimentação nesta quinta-feira (30) após o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. O encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, realizado na Coreia do Sul, resultou no compromisso de Pequim de adquirir grandes volumes de soja, petróleo e gás norte-americanos.
Além disso, a China anunciou a suspensão temporária, por um ano, dos controles de exportação sobre terras raras, recurso estratégico anteriormente usado como instrumento de pressão na guerra comercial entre os dois países.
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a China concordou em adquirir 12 milhões de toneladas de soja americana até o final de 2025. O país também se comprometeu a comprar 25 milhões de toneladas anuais nos próximos três anos, dentro de um acordo comercial mais amplo.
Outros países do Sudeste Asiático também firmaram compromisso de comprar mais 19 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos, embora o período para essas aquisições não tenha sido detalhado.
O anúncio do acordo gerou forte volatilidade na Bolsa de Mercadorias de Chicago, com oscilações entre perdas e ganhos ao longo do pregão. O otimismo prevaleceu no fechamento, e a soja subiu cerca de 1%.
Segundo Rafael Silveira, analista e consultor da Safras & Mercado, ainda existem dúvidas sobre os efeitos do acordo:
“Se não houver uma revisão para baixo na safra norte-americana, o volume anunciado de compras pela China será insuficiente para reduzir os estoques nos EUA. Ainda é cedo para afirmar que a Bolsa de Chicago encontrou um suporte prolongado.”
Apesar das incertezas, os ganhos acumulados na Bolsa de Chicago em outubro giram em torno de 10%, com a posição janeiro de 2025 avançando 8,5% até 30 de outubro.
No mercado brasileiro, os preços internos não acompanharam integralmente a alta registrada nos EUA. Os prêmios de exportação seguraram os valores, e os produtores aproveitaram os picos para comercializações pontuais, mas a venda de soja seguiu moderada e seletiva.
Fonte: Portal do Agronegócio
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