Logística e Transporte

Queda na demanda por carne suína do Brasil pela China preocupa

O ritmo mais fraco das exportações de carne suína ao longo deste mês de janeiro sinaliza um quadro de preocupação adicional ao mercado, que já vem sofrendo com a alta de custos e o movimento de queda nos preços por conta do quadro de excedente de oferta interna


Publicado em: 24/01/2022 às 11:40hs

Queda na demanda por carne suína do Brasil pela China preocupa

De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os volumes destinados à China, maior destino da carne suína brasileira, vêm perdendo força desde outubro, uma vez que o país ainda conta com um quadro de excedente de oferta e trabalha com preços bastante baixos, mesmo em um período muito próximo ao Ano Novo Lunar, que inicia em fevereiro. “Tudo indica que o país asiático deve seguir atuando de maneira tímida nas importações nas próximas semanas, o que pode acabar impactando o desempenho das exportações brasileiras de carne suína”, afirma.

Levantamento realizado por SAFRAS e Mercado indica que houve um declínio nos embarques de carne suína do Brasil para a China no último trimestre de 2021. “As exportações do Brasil para a China declinaram 19,42% em outubro frente às 46,3 mil toneladas registradas no mesmo mês de 2020, 51,5% em novembro perante às 45,2 mil toneladas exportadas no penúltimo mês de 2020 e 33,67% em relação às 44,9 mil toneladas embarcadas em dezembro de 2020”, destaca Maia.

As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 79,306 milhões em janeiro (10 dias úteis), com média diária de US$ 7,930 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 36,173 mil toneladas, com média diária de 3,617 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.192,20.

Em relação a janeiro de 2021, houve alta de 15,59% no valor médio diário da exportação, avanço de 29,67% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 10,85% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior. “Apesar da alta parcial frente a janeiro de 2020, os números ainda se mostram bastante baixos”, explica Maia.

No âmbito interno, a semana foi marcada por preços baixos, tanto para a carcaça como para o quilo vivo. “O ambiente de negócios envolvendo o suíno continua travado, com frigoríficos retraídos, avaliando que as câmaras estão cheias e o escoamento da carne está enfraquecido”, avalia.

Além disso, segundo Maia, a oferta de animais continua elevada em vários estados, o que denota continuidade do quadro de preços fragilizados no curto prazo. “Isso traz grande apreensão entre os suinocultores, principalmente dos independentes, contando com margens negativas e ainda com a tendência de alta no custo de nutrição animal”, sinaliza.

Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou a média de preços do quilo vivo no país retrocedeu 5,06% na semana, passando de R$ 5,19 para R$ 4,92. A média preços pagos pelos cortes de pernil no atacado recuou 2,32% na semana, de R$ 9,84 para R$ 9,61. A carcaça atingiu um valor médio de R$ 7,56, baixa de 5,32% frente ao registrado na última semana, de R$ 7,99.

A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 100,00 para R$ 96,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo recuou de R$ 5,60 para R$ 5,45. No interior do estado a cotação caiu de R$ 4,90 para R$ 4,60.

Em Santa Catarina o preço do quilo na integração caiu de R$ 5,60 para R$ 5,40. No interior catarinense, a cotação passou de R$ 4,80 para R$ 4,50. No Paraná o quilo vivo mudou de R$ 5,00 para R$ 4,60 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo baixou de R$ 5,60 para R$ 5,40.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande recuou de R$ 4,85 para R$ 4,40, enquanto na integração o preço mudou de R$ 5,40 para R$ 5,30. Em Goiânia, o preço passou de R$ 5,10 para R$ 4,90. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno mudou de R$ 5,40 para R$ 5,20. No mercado independente mineiro, o preço caiu de R$ 5,60 para R$ 5,40. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis retrocedeu de R$ 4,80 para R$ 4,50. Já na integração do estado o quilo vivo recuou de R$ 5,50 para R$ 5,30.

Fonte: Agência SAFRAS

◄ Leia outras notícias