Logística e Transporte

Crescimento da exportação puxa empresas do agronegócio brasileiro

O bom desempenho das exportações de carnes é um dos principais fatores para crescimento do PIB do agronegócio no Brasil, que avançou 4,65% nos primeiros cinco meses do ano


Publicado em: 22/10/2020 às 20:00hs

Crescimento da exportação puxa empresas do agronegócio brasileiro

Mesmo com a economia sofrendo com os impactos da crise do coronavírus, o agronegócio no Brasil mais uma vez deve crescer em 2020. De acordo com pesquisa divulgada pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em agosto, o PIB do agronegócio brasileiro avançou 4,65% nos primeiros cinco meses do ano. 

Esses números consolidam os dados do ano anterior e atestam que o setor é um dos poucos que se desenvolve em ritmo acelerado. Em 2019, o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 3,81%, representando 21,4% do PIB brasileiro total, com grande destaque para o ramo pecuário, que cresceu expressivos 23,71%. 

Embora, no contexto geral, a demanda interna não tenha atendido às expectativas do mercado, que ficou enfraquecida em grande parte do ano, o bom desempenho das exportações de carnes foi um dos principais fatores para o excelente resultado do PIB do setor. O surto de Peste Suína Africana (PSA) nos países asiáticos que causou um forte aumento na demanda mundial por carnes, principalmente na China, é considerado o grande responsável por esse crescimento. 

De acordo com Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou dados do Ministério da Economia, por meio da Secex/Decex, o Brasil exportou em agosto mais de 191 mil toneladas de carne bovina, um aumento de 19% em comparação ao mesmo período do ano passado. As exportações totais de carne bovina pelo Brasil, no acumulado do ano, já alcançam 1,294 milhão de toneladas, um crescimento de 12%, ou seja, cerca de 139 mil toneladas a mais quando comparado a 2019.

Aproveitando essa perspectiva favorável, o setor expandiu sua produção e fez com que diversas empresas crescessem significativamente. Um exemplo disso é a Casale, líder em tecnologia pecuária. A empresa é fabricante de equipamentos com tecnologia avançada para alimentação bovina, em especial misturadores de ração. 

Embora a empresa não divulgue dados oficiais do primeiro semestre de 2020, informou que em 2019 houve um crescimento de 10% e a perspectiva desse ano é ainda maior. “Estamos vivendo um movimento de crescimento significativo de investimento em tecnologia pecuária no Brasil. Para a Casale será um excelente ano e estamos trabalhando na carteira de pedidos para o primeiro trimestre de 2021. Já é possível dizer que neste ano, em meio à Pandemia, teremos recorde de faturamento e cresceremos mais que os dados oficiais que já temos do setor”, destaca Mario Casale Neto, CEO da Casale. 

Ele ressalta ainda que o setor está passando por uma profunda transformação tecnológica, seguindo os passos da agricultura, e saltando em ritmo acelerado rumo à sustentabilidade ambiental e econômica. Desta forma, a empresa tem investido muito para suprir o crescimento projetado para os próximos anos. “O nosso principal mercado é o dos misturadores de ração total. Para se conseguir maior rentabilidade e garantir maior produtividade por área - para fazer frente aos ganhos proporcionados pela agricultura - os pecuaristas investem cada vez mais na qualidade nutricional dos seus rebanhos, o que alavanca o nosso mercado”, afirma o CEO. 

Segundo Mário, os próprios agricultores também têm influenciado neste sentido, fazendo fortes investimentos na pecuária bovina e trabalhando com a Integração Lavoura Pecuária, conceito bastante pesquisado e divulgado pela Embrapa. Além disso, com o aumento da exportação de carne e a evolução do mercado consumidor brasileiro, há uma maior preocupação em oferecer produtos de qualidade superior, o que também tem alavancado investimentos em tecnologia em toda a cadeia produtiva.

Perspectivas para os próximos 10 anos

Uma recente pesquisa – Outlook 2029 – elaborada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), indica que o Brasil terá crescimento de 50% na exportação de proteínas animais até o fim da década. Os dados do estudo apontam que, somando os volumes exportados de carne bovina, de frango e suína, o país passará das 6,9 milhões de toneladas embarcadas no ano passado para 10,36 milhões de toneladas em 2029.

O relatório indica ainda que o segmento que mais colaboraria para esse cenário seria o de carne bovina, com elevação de 65%, saindo de 1,95 milhão de toneladas atualmente para 3,22 milhões de toneladas em 2029. “É um setor promissor e empolgante! Estamos investindo muito em pessoas e tecnologia para que daqui a dez anos a empresa continue a frente no mercado e ajude não só a pecuária nacional a se transformar, mas sim a mundial”, completa Mario Casale.

Fonte: edb Comunicação

◄ Leia outras notícias