Clima

Seca: os gargalos e soluções para a época mais desafiadora da pecuária de corte

Com estratégias bem pensadas, é possível produzir uma arroba mais barata neste período


Publicado em: 06/05/2022 às 14:00hs

Seca: os gargalos e soluções para a época mais desafiadora da pecuária de corte

O período seco do ano já se aproxima e algumas das dificuldades que o pecuarista enfrenta nesta época são a lotação dos animais dentro da fazenda e a oferta de volumoso. Aqueles produtores que administram suas propriedades como uma empresa, têm agora a oportunidade de se planejarem para garantir uma boa alimentação para os animais e com isso produzir uma arroba mais barata nesta época do ano.

Pode parecer desafiador se o produtor levar em consideração as adversidades climáticas de 2021 e a instabilidade do mercado. Mas o médico veterinário João Bosco Bittencourt garante que isso é possível. Segundo ele, a forma de fazer uma arroba mais barata no período de seca é garantir o desempenho dos animais. “Isso significa dar condição para que os animais tenham um Ganho Médio Diário (GMD) positivo. Quanto maior for o GMD, melhor vai ser a produção de arroba e menor vai ser o custo dessa @ produzida”, explica ele.

O especialista ensina como fazer cálculos que podem contribuir com a produção de uma arroba mais barata. “Um bom proteico energético custa em torno de R$ 2,66 kg e o animal come em média 0,5% do peso vivo. Um animal de 200kg come 1 kg desse produto por dia, o que resulta em um custo mensal de R$79,80 de suplementação. No período da seca é esperando um GMD estimado de 0,300g dia com a suplementação, o saldo de ganho de peso mês desse animal é de 9kg, ou seja, uma @ produzida de 0,3@, dando origem a uma @ produzida de R$ 266,00” explica João Bosco que também é supervisor técnico da Nutroeste Nutrição Animal. 

Para que os animais ganhem peso durante o período seco e não ocorram perdas, o pecuarista deve adotar algumas estratégias que farão toda a diferença. “Podemos citar como exemplo a recria intensiva, recria intensiva no confinamento e a integração lavoura pecuária. Em resumo, temos que oferecer comida que garanta o desempenho, seja ela por meio de pasto, por silagem ou produtos que já existam no mercado sem volumoso”, orienta o veterinário.

Desafios para este ano

João Bosco alerta os possíveis entraves que os pecuaristas devem enfrentar neste ano. “Podemos esperar as dificuldades impostas não só pelo clima, mas também pelo mercado internacional. Isso causa à categoria uma enorme insegurança em relação aos custos de produção, o que deixa o produtor com receio de investir”. Ele aconselha o pecuarista a buscar parcerias com empresas de nutrição que possuem técnicos aptos a orientar sobre o melhor caminho, que os ajudem a superar essas dificuldades e, principalmente, antecipar as crises que o clima e o mercado provocam. 

O veterinário fala ainda que os impactos são sentidos quando não há o preparo para o período de estiagem. Ele recorda que no ano passado foi observado um menor volume de chuvas menos distribuído, já esse ano as chuvas foram bem distribuídas, mas ainda assim os produtores já estão enfrentando uma estiagem que muitos não esperavam. “Isso dificulta ainda mais a produção da porteira para dentro. Acreditamos que a temida seca está surgindo mais cedo este ano”, alerta.

Fonte: Assessoria de Comunicação Leydiane Alves

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