Análise de Mercado

Tabaco na região Sul: Parceria entre Promip e BAT Brasil foca manejo biológico de praga de mudas de tabaco e já atende 4,2 mil produtores

Empresa pioneira na área de manejo integrado de pragas produz e comercializa ácaro predador eficaz no controle biológico da ‘mosquinha-das-mudas’ do tabaco; investimento em logística garante entrega de bioinsumo com validade restrita, fabricado no interior de SP, a 50 municípios do Sul do País


Publicado em: 17/09/2021 às 15:00hs

Tabaco na região Sul: Parceria entre Promip e BAT Brasil foca manejo biológico de praga de mudas de tabaco e já atende 4,2 mil produtores

O tabaco se consolida entre as culturas que menos demandam agroquímicos. Uma parceria de sete anos entre a empresa paulista Promip e a BAT – British American Tobacco Brasil, líder do mercado de tabaco, confirma essa tendência. Após quatro anos de pesquisas, seguidos de mais três anos para viabilidade comercial, as duas empresas já levaram a 4,2 mil agricultores do Sul do País, principal produtor de tabaco, uma ferramenta natural de ponta para o manejo do inseto-praga ‘mosquinha-das-mudas’, antes controlado somente por inseticidas químicos.

A mosquinha-das-mudas, ou fungus gnats (Bradysia matogrossensis), é descrita como uma praga de solo que apresenta riscos sanitários a sistemas de produção de mudas de tabaco (floating), entre outras culturas. Na fase adulta, ela põe ovos no substrato das mudas, dos quais surgem larvas que ocasionam a destruição de raízes e a morte de plantas. Nos casos mais severos, a praga pode causar danos da ordem de 60% a viveiros de mudas de tabaco, segundo informa o engenheiro agrônomo Marcelo Poletti, fundador e CEO da Promip. 

Criada em 2006, hoje posicionada entre as empresas mais inovadoras nas áreas de defensivos agrícolas biológicos e manejo integrado de pragas (MIP), a Promip descobriu que o ácaro predador Stratiolaelaps scimitus alimenta-se de larvas das mosquinhas de fungos gnats, impedindo o desenvolvimento da praga nos viveiros. Com base nesse estudo, a empresa desenvolveu um protocolo para uso do predador nas mudas de tabaco. Surgiu, então, a tecnologia de marca Stratiomip®, que ancora a parceria com a BAT Brasil.

Marcelo Poletti esclarece ainda que o ácaro Stratiolaelaps scimitus é o único predador natural da larva da mosquinha-das-mudas do tabaco. “Um frasco de Stratiomip® contém dez mil ácaros predadores vivos e flocos de vermiculita. Trata-se de tecnologia sob medida para que a natureza controle a natureza.” Ele adianta também que o bioinsumo é produzido exclusivamente na biofábrica da Promip, na cidade de Engenheiro Coelho (SP), na região de Campinas.

Agroquímicos

Segundo a BAT, nos últimos vinte anos houve redução significativa no volume de agroquímicos aplicado no tabaco brasileiro, graças ao manejo integrado de pragas e doenças e de estratégias sustentáveis de manejo. A BAT ressalta que seu Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), criado em 1918, conecta atualmente 20 mil produtores. Essa estrutura, conforme a companhia, funciona como um ecossistema agrícola e tem por objetivo aprimorar a tecnologia e a sustentabilidade da cultura do tabaco em diversas frentes, tais como manejo de solo, pesquisa e desenvolvimento de variedades resistentes a insetos-pragas e doenças, produtividade, sistema de cura, emissões de carbono e proteção de plantas.

Desafio logístico

Engenheiro agrônomo por formação, Geraldo Oliveira trabalhou cerca de 40 anos na área de pesquisa & desenvolvimento de tecnologias para a cultura do tabaco. Foi ele quem coordenou o processo de introdução e a difusão comercial do manejo biológico da mosquinha-das-mudas com Stratiomip® no Sul, região que concentra quase toda a produção de tabaco do País, cerca de 664 mil toneladas na safra 2020.

“Ao mesmo tempo que identificamos, à época da chegada de Stratiomip®, uma solução sustentável de ponta, nos deparamos com o desafio da logística: como transportar rapidamente o produto de Engenheiro Coelho, interior de São Paulo, e entregá-lo diretamente a milhares de pequenas propriedades dos três Estados do Sul?”, recorda Oliveira. O consultor adianta que por se constituir num ‘produto vivo’, quanto antes for aplicado, mais eficácia o ácaro predador terá na proteção de plantas. 

Frente ao desafio da distribuição, BAT e Promip somaram esforços e investimentos que deram origem a uma complexa, mas eficaz, logística. Hoje Stratiomip® sai da biofábrica de Engenheiro Coelho para o aeroporto de Campinas. Depois segue, por via terrestre, a cerca de 50 municípios do Paraná, Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. É distribuído aos produtores participantes do SIPT da BAT Brasil por transportadoras locais parceiras. Stratiomip® chega às propriedades, em média, uma semana antes da data de sua aplicação, que deve ocorrer uma semana após a semeadura do tabaco.

“Estamos agora diante de outro desafio: ampliar a base de produtores de tabaco usuária do manejo biológico, pois a Promip desenvolveu mais quatro produtos com potencial para manejo de insetos-pragas da cultura”, continua Geraldo Oliveira. “Barreiras logísticas vencidas no trabalho com Stratiomip® surtiram efeito direto no sucesso do uso de macrobiológicos em culturas de alto valor agregado, em todas as regiões do País”, complementa Poletti, da Promip.

Tabaco em números

Dados do Sinditabaco – Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco –, de 2020, mostram que a cultura se concentra em pequenas propriedades, cuja dimensão média é de 13,7 hectares. Ainda segundo a entidade, o cultivo do tabaco tem alta relevância econômica para quase 550 municípios, gera 40 mil empregos diretos e receita anual bruta de R$ 5,6 bilhões. No cenário mundial, o Brasil figura como segundo maior produtor de tabaco e principal exportador. Foram para o mercado externo, em 2019, 546 mil toneladas do produto, 85% da produção, correspondentes a divisas de US$ 2,14 bilhões.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa Promip

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