Análise de Mercado

Estoques de etanol diminuem 10pc no Brasil

Os estoques de etanol do Centro-Sul caíram 10pc na segunda metade de agosto na comparação anual, pressionados por um quadro de oferta e demanda restrita, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)


Publicado em: 17/09/2021 às 16:40hs

Estoques de etanol diminuem 10pc no Brasil

O estoque físico de etanol da região na atingiu 8,50 milhões de m³ em 31 de agosto, ante 9,45 milhões de m³ reportados no mesmo período do ano passado, quando as medidas restritivas impostas pela pandemia de Covid-19 impactaram a demanda por combustíveis. Os estoques cresceram 4,5pc em comparação com 2019.

A maior parte da queda no ano-a-ano foi impulsionada pelos estoques de etanol hidratado, que totalizaram 4,96 milhões de m³, redução anual de 24pc. Já o etanol anidro ---usado na mescla da gasolina--- respondeu por 3,54 milhões de m³, alta de 23pc na base anual.

A produção acumulada da safra 2021-22 até agora, entre 1º de abril e 31 de agosto, totalizou 18,82 milhões de m³, 1,5pc abaixo do mesmo período do ano anterior.

A moagem acumulada de cana-de-açúcar até então alcançou 393 milhões de t, queda de 5,5pc sobre o valor apurado no mesmo período de 2020. Já a produção de açúcar totalizou 24,2 milhões de t, uma queda de 6,4pc na base anual.

O mau tempo e os preços recordes do biocombustível estão gerando preocupações entre os varejistas de combustível, ao passo que as estimativas para as importações desta safra chegam a 1 milhão de m³.

Em julho, as temperaturas caíram abaixo de zero por várias noites consecutivas em muitas partes do Centro-Sul, a principal área produtora de cana-de-açúcar do país. Combinada com a seca contínua --- a pior em quase um século ---, a colheita foi afetada, elevando os preços dos alimentos por todo o país.

"A gente ainda tem uma estimativa de 18pc a 20pc de perdas, mas ainda leva um tempo para verificar o tamanho real das perdas que ocorreram com as geadas", afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, durante cerimônia no Palácio do Planalto em agosto.

Em condições normais, a safra da cana-de-açúcar terminaria em meados de novembro, mas os problemas climáticos em curso devem encerrar a moagem já em outubro. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) reduziu a previsão de oferta de cana na região para 530 milhões de t, com viés de baixa, após levantamento realizado com produtores.

Resultados ainda menores são uma possibilidade nas próximas semanas, já que incêndios recentes em algumas áreas de cultivo de cana, junto com o impacto ainda incerto do frio, levam alguns produtores a esperar uma safra ainda menor.

Fonte: O Petróleo

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