Mercado Financeiro

Mercado de milho segue lento no Brasil, à espera de relatório do USDA e impulsionado por perspectivas de exportação

Baixa liquidez interna, leve firmeza nas cotações e expectativa por novos dados globais definem o cenário do milho nos mercados nacional e internacional


Publicado em: 13/11/2025 às 11:40hs

Mercado de milho segue lento no Brasil, à espera de relatório do USDA e impulsionado por perspectivas de exportação
Foto: CNA
Negociações lentas e preços estáveis em várias regiões do país

O mercado brasileiro de milho continua apresentando baixo ritmo de comercialização e liquidez reduzida, cenário observado em praticamente todos os estados produtores. De acordo com análises da TF Agroeconômica e da Safras Consultoria, produtores mantêm postura cautelosa, enquanto compradores seguem retraídos, aguardando definições externas e melhores condições de mercado.

No Rio Grande do Sul, as negociações permanecem concentradas em pequenos consumidores e cooperativas regionais. As indicações de compra variam entre R$ 58,00 e R$ 72,00 por saca, com média de R$ 62,00, segundo dados da Emater/RS-Ascar. Nos portos, o milho futuro para fevereiro de 2026 segue estável em R$ 69,00/saca.

Em Santa Catarina, o cenário é semelhante: as pedidas se mantêm próximas de R$ 80,00/saca, enquanto as ofertas giram em torno de R$ 70,00/saca, praticamente travando as negociações. No Paraná, o mercado também avança lentamente, com pedidas dos produtores próximas a R$ 75,00/saca e ofertas industriais na faixa de R$ 70,00 CIF, o que mantém o mercado spot praticamente parado.

Já em Mato Grosso do Sul, a oferta elevada e a postura prudente dos agentes mantêm o ritmo moderado. Os preços variam entre R$ 51,00 e R$ 54,00/saca, com Maracaju liderando as referências estaduais. Apesar de algumas altas pontuais em Chapadão do Sul, a demanda externa segue fraca, limitando avanços.

Expectativa pelo relatório do USDA influencia as cotações

No cenário internacional, o mercado opera com ajustes técnicos antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevista para sexta-feira (14). Analistas esperam redução na produção americana de milho para 2025/26, projetada em 16,528 bilhões de bushels, frente aos 16,814 bilhões indicados anteriormente.

A expectativa é que os estoques finais dos EUA fiquem em 2,13 bilhões de bushels, enquanto o estoque global deve alcançar 283 milhões de toneladas. Apesar do clima de cautela, a desvalorização do dólar frente a outras moedas e a alta do petróleo em Nova York oferecem suporte adicional às cotações internacionais.

Em Chicago, os contratos de março de 2026 são negociados a US$ 4,46 ¾ por bushel, com leve baixa de 0,11%. Mesmo assim, o mercado limita perdas diante das condições favoráveis ao comércio exterior.

Exportações brasileiras de milho ganham novo fôlego

Enquanto o ambiente interno segue travado, as projeções de exportação trazem ânimo ao mercado. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), os embarques de milho devem crescer 8,44% em novembro em relação a outubro e 22,76% acima do mesmo período de 2024.

A expectativa de aumento nos volumes exportados, aliada à recuperação do dólar frente ao real, sustentou a leve alta dos contratos futuros na B3. O vencimento de novembro de 2025 encerrou a sessão a R$ 67,89/saca, alta de R$ 0,15 no dia. Para janeiro de 2026, o fechamento foi de R$ 70,76/saca, e para março de 2026, R$ 72,51/saca.

Nos portos brasileiros, os preços mantêm estabilidade: em Santos, as cotações variam entre R$ 67,00 e R$ 70,00/saca, enquanto em Paranaguá, os valores ficam entre R$ 69,00 e R$ 72,00/saca.

Panorama cambial e financeiro reforça cenário de cautela

O dólar comercial opera em baixa de 0,29%, cotado a R$ 5,27, enquanto o Dollar Index recua 0,23%, a 99,27 pontos. O comportamento da moeda americana influencia diretamente a paridade de exportação, fator que produtores acompanham de perto antes de firmar novos negócios.

Nos mercados globais, as bolsas asiáticas encerraram com leve alta — Xangai (+0,73%) e Japão (+0,43%) —, enquanto na Europa os índices operam mistos. O petróleo tipo WTI para dezembro, em Nova York, é negociado a US$ 58,95 por barril, avanço de 0,78%, contribuindo para o suporte das commodities agrícolas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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