Publicado em: 13/11/2025 às 11:00hs
A comercialização da soja no Brasil segue em ritmo distinto entre os estados produtores, influenciada pelo andamento do plantio e pelas condições de armazenagem. No Rio Grande do Sul, o movimento é lento, com produtores resistentes à fixação de preços, segundo dados da TF Agroeconômica.
Os preços para entrega em outubro e pagamento em novembro foram cotados a R$ 140,00 por saca (-0,71%) nos portos e cerca de R$ 131,00 (-0,76%) no interior, em praças como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz.
Em Santa Catarina, a comercialização encontra suporte na forte demanda interna, especialmente das indústrias de aves e suínos. A logística eficiente do estado também contribui para o escoamento rápido da produção. No porto de São Francisco do Sul, a soja foi cotada a R$ 138,93 (-0,57%) por saca.
No Paraná, o déficit de armazenagem continua sendo um desafio, obrigando produtores a liberar espaço para a nova safra e deixando o mercado mais sensível a oscilações de preços e clima. Os valores no estado variaram entre R$ 128,70 em Cascavel (-0,12%) e R$ 140,00 em Paranaguá (-1,67%), enquanto em Ponta Grossa, o preço FOB chegou a R$ 132,51 (-0,09%) por saca.
Já no Mato Grosso do Sul, as negociações são impulsionadas pelo dólar em torno de R$ 5,20, com preços médios de R$ 125,00 por saca em Dourados, Campo Grande e Maracaju.
No Mato Grosso, o principal estado produtor do país, o prêmio de exportação em Santos, de US$ 0,55 por bushel, ajuda a compensar a leve queda observada na Bolsa de Chicago. As cotações locais ficaram entre R$ 119,38 e R$ 122,83 por saca, dependendo da região.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado da soja apresentou pequenos ganhos nesta quinta-feira (13), com os contratos futuros subindo de 3,50 a 4,75 pontos. O vencimento de janeiro/2025 alcançou US$ 11,38 por bushel, enquanto maio ficou em US$ 11,58.
Os investidores ajustam posições à espera do novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta sexta-feira (14). A expectativa é de que o boletim apresente cortes na estimativa de produção 2025/26, o que poderia dar suporte aos preços.
No entanto, analistas alertam que a politização dos mercados agrícolas norte-americanos pode limitar o impacto dos números. A demanda chinesa também segue em foco — ainda sem novas compras de soja dos EUA, embora as projeções indiquem que os embarques devem aumentar nas próximas semanas, em meio à redução do volume importado do Brasil.
Segundo avaliação da TF Agroeconômica, o recente movimento de alta em Chicago está diretamente ligado às expectativas sobre a oferta norte-americana e ao avanço do farelo de soja, que ajudou a sustentar as cotações.
Os contratos de novembro encerraram o pregão com alta de 0,65%, e janeiro subiu 0,58%, enquanto o farelo de dezembro registrou aumento de 1,29%. Já o óleo de soja apresentou leve retração, refletindo a demanda mais contida.
Apesar dessa reação positiva, o ritmo fraco das compras chinesas segue como um fator limitante para o mercado. A China acumula altos estoques e enfrenta queda no consumo de farelo, o que reduz as margens das processadoras e desacelera novas aquisições.
Além disso, a recente trégua comercial entre China e Estados Unidos, anunciada há menos de duas semanas, ainda não resultou em maior volume de embarques. Operadores de mercado afirmam que o acordo teve caráter mais diplomático do que comercial, sem reflexos concretos nas exportações.
As condições climáticas no Brasil também continuam sendo um fator de atenção para os traders. Embora as chuvas tenham começado a se regularizar em algumas regiões, a irregularidade ainda predomina, o que pode afetar o andamento do plantio da safra 2025/26 e, consequentemente, a oferta global da oleaginosa.
Enquanto isso, os agentes de mercado seguem atentos à combinação de fatores — plantio no Brasil, estoques na China e política agrícola dos EUA — que definirão o comportamento dos preços da soja nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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