Pastagens

O patrimônio nacional das forrageiras tropicais

O agronegócio brasileiro, que atua como um dos principais mantenedores dos índices positivos de nossa balança comercial, geralmente é reconhecido exatamente pelo seu resultado final


Publicado em: 09/10/2009 às 10:28hs

...

Poucos, no entanto, analisam suas origens, iniciadas sem sombra de dúvida com o trabalho árduo dos pesquisadores, tanto nos laboratórios quanto nos campos brasileiros. São esses melhoristas de sementes e mudas e toda a sua equipe de trabalho os grandes responsáveis pelo crescimento e fortalecimento do agronegócio, ainda que nem sempre recebam o reconhecimento de tal paternidade.

Criada há sete anos para apoiar a pesquisa no desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras tropicais (gramíneas e leguminosas), a Unipasto – Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais – orgulha-se de ter a Embrapa como parceira, atualmente representada especificamente pela Embrapa Transferência de Tecnologia e cinco centros de pesquisa: Embrapa Acre, Embrapa Cerrados, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Gado de Leite e Embrapa Pecuária Sudeste.

Apoiam hoje essa parceria em prol da pesquisa nacional 28 associados, entre eles empresas e produtores de sementes, sediados em seis Estados. Esses associados, além da cooperação técnica e financeira descrita nos planos anuais de trabalho, reinvestem na parceria através do pagamento de royalties dos cultivares oriundos desse convênio, tendo o direito da exclusividade na comercialização dessas sementes. Acreditamos que, com a adesão de novos produtores ou empresas de sementes, a parceria tornar-se-á ainda mais enriquecida e comprometida com os anseios da agropecuária nacional.

Com uma área estimada de 130 milhões de hectares de pastagens cultivadas, representadas expressivamente por 15 gramíneas e duas leguminosas forrageiras, o Brasil situa-se como o maior produtor e consumidor de sementes de forrageiras tropicais, principalmente dos gêneros Brachiaria e Panicum, presentes em mais de 90% da composição das nossas pastagens. A forrageira líder tanto implantada quanto em cultivo é a Brachiaria brizanta cv Marandu, da Embrapa, que vem sendo comercializada há 25 anos. Atualmente, na busca por uma composição mais diversificada das pastagens, ganham destaque a cultivar de Brachiaria brizantha denominada BRS Piatã e o Guandu BRS Mandarim, frutos do convênio de cooperação entre Embrapa e Unipasto, conforme supracitado.

Acredita-se que a produção de sementes de forrageiras no Brasil represente hoje um volume acima de 61 mil toneladas de sementes puras, apurada pela média da produtividade dos campos homologados junto ao MAPA. A comercialização dessas sementes no mercado interno gera uma receita líquida estimada em R$ 400 milhões, enquanto as exportações alcançam R$ 100 milhões. Os destinos principais são praticamente todos os países da América do Sul e América Central, destacando-se México, Colômbia, Venezuela e Guatemala.

Para garantir toda a segurança à cadeia produtiva, além da vigente e atuante defesa fitossanitária, a Instrução Normativa nº 23, de 30 de julho de 2008, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, determina os requisitos mínimos para a realização de ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU). Esses ensaios são indispensáveis para a inscrição de uma nova cultivar no Registro Nacional de Cultivares (RNC), oferecendo ampla garantia na comercialização de espécies desenvolvidas no país e também vindas de outros países.

Quanto à proteção de cultivares, suportada pelo SNPC (Serviço Nacional de Proteção de Cultivares) do MAPA, A Unipasto entende que comercializar cultivares protegidas fortalece todo o sistema de produção de sementes do País, tornando o processo altamente confiável para investimentos, pois retira-se praticamente do mercado toda a pirataria e clandestinidade as quais são alheias ao profissionalismo e responsabilidades inerentes ao crescimento do setor.

Renata Maschietto,
Presidente da Unipasto (Associação Para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais)

Sobre a Unipasto

A Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais (Unipasto) é uma associação composta por empresas e produtores de sementes de forrageiras distribuídos pelos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. A entidade foi criada em 2002 a partir da parceria junto à Embrapa, com o objetivo de apoiar financeiramente a pesquisa no desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras tropicais.

Fonte: Barcelona solucoes

◄ Leia outros artigos