Avicultura

Lições do mercado de avicultura em 2012


Publicado em: 26/12/2012 às 11:05hs

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O ano de 2012 ficará marcado para a avicultura brasileira e mundial: baixa na produção de grãos causada pela seca prolongada nas áreas produtoras de milho e soja nos Estados Unidos, excesso de chuvas no norte da Europa e, consequentemente, alta na carne de frango no mercado brasileiro. São esses os principais fatores que nos fazem refletir sobre o ano que está para terminar.

A avicultura brasileira é uma atividade de muito sucesso. Nos últimos 50 anos passou por grandes e relevantes transformações. Hoje, diante da volatilidade dos preços das commodities em todos os mercados, mudanças são necessárias para garantir o resultado das empresas.

As casas genéticas têm uma responsabilidade e um envolvimento direto neste resultado, dada a evolução e ganho genético que se transfere todos os anos para dentro da cadeia do frango. Portanto, é preciso considerar estes ganhos genéticos anuais no momento de planificar sua produção.

Historicamente, sabemos que a carne de frango é também uma das fontes de proteína animais mais acessíveis e sua disponibilidade tem papel fundamental na oferta às populações de diversos países, como no Brasil, o que aumenta o peso e a importância da disponibilidade deste tipo de alimento em nosso País. 

Nesse contexto, e para assegurar um cenário mais favorável à cadeia produtiva  (empresas, trabalhadores e também consumidores), defendemos as principais reivindicações do setor, como a antecipação da desoneração da folha de pagamento e a inclusão dos cortes industrializados e aves inteiras entre os produtos beneficiados pelo Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA.

Hoje, o agronegócio brasileiro perde competitividade ano após ano no mercado internacional. São três as causas claras e evidentes para esta perda gradativa de competitividade do setor: custo da mão de obra, custo da logística e custo fiscal/tributário.

Para garantir a competitividade do agronegócio brasileiro, o governo federal, em conjunto com os governos estaduais, deve investir pesado e o mais rápido possível nestes três “gargalos”. Em nosso ponto de vista, eles são as principais causas de aumento de nossos custos e está fazendo o Brasil perder uma de suas maiores aptidões e habilidades, que é produzir alimento básico e processado para o Brasil e para o Mundo.

A União Brasileira de Avicultura (Ubabef), entidade nacional do setor, encabeça as solicitações em prol da avicultura brasileira e para que ela se mantenha competitiva ante os outros mercados. Entre elas, está a oferta de crédito de custeio e capital de giro para as agroindústrias, criação de um fundo que torne viável o crédito imediato, prorrogação do Refis – Programa de Recuperação Fiscal -  por um ano, prorrogação de empréstimos de investimentos e custeio dos avicultores.

Outro registro importantíssimo e que mostra a força do agronegócio brasileiro é o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária do Brasil, que registrou alta de 3,6% no terceiro trimestre deste ano, ante igual período de 2011. Mesmo com toda a crise global de 2012, a projeção do mercado é que o agronegócio brasileiro cresça 7% este ano.

O setor representa cerca de 22,5% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB), emprega 4,5 milhões de brasileiros e deve chegar a 85% do saldo da balança comercial brasileira em 2012. Estima-se que, para 2020, as vendas no mercado internacional do agronegócio brasileiro superem os US$ 200 milhões.

Tudo indica que caminhando juntos, os esforços dos produtores do setor e uma atuação forte do governo em políticas de benefícios para a cadeia produtiva contribuirão para que o ano de 2012 não impacte negativamente nas atividades do ano que se aproxima e esta seja apenas mais uma fase superada.

Jairo Arenázio é diretor geral da Cobb-Vantress Brasil, empresa líder mundial no fornecimento de aves reprodutoras para frangos de corte e em especialização técnica no setor avícola

Fonte: Note! Comunicação

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