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Produtores de cachaça de Rio Espera destacam a importância do Sistema FAEMG/SENAR/INAES para o crescimento do negócio

“Os cursos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES foram um divisor de água em nossas vidas.” A frase é do produtor rural Valdinei Vicente de Assis, que, juntamente com o irmão, Vagner Vicente de Assis, produz cachaça em Maracujá, zona rural de Rio Espera, na Zona da Mata mineira.


Publicado em: 29/11/2021 às 09:20hs

Produtores de cachaça de Rio Espera destacam a importância do Sistema FAEMG/SENAR/INAES para o crescimento do negócio

Tudo começou com o pai, Jesus Eugênio de Assis, em 1982, quando foi criada a Cachaçaria Rio Mineiro. “Meu pai sempre produziu cachaça com poucos recursos, até que, em 2010, eu e o Vagner assumimos a produção após a aposentadoria do nosso pai. O primeiro passo foi buscar informação para produzir uma cachaça de altíssima qualidade. Assim veio a oportunidade de participar do curso de Produção de Cachaça, oferecido por meio da parceria entre o Sistema FAEMG/SENAR/INAES e o Sindicato dos Produtores Rurais de Conselheiro Lafaiete”, contou Valdinei.

Aos poucos, os irmãos montaram o alambique e a legalização veio no início desse ano. “Investimos na parte de envelhecimento, buscando outros aromas para a bebida. E, para nos qualificarmos cada vez mais, busquei cursos nas áreas de plantio de cana de açúcar, rapadura e análise sensorial. O Sistema FAEMG/SENAR/INAES ajudou demais porque, antes, não tínhamos parâmetro de qualidade, havia muitas perdas na produção, não tínhamos visão de crescimento nem sequer conhecíamos o potencial da cachaça.” 

Segundo o produtor, depois do curso, tudo mudou. “Aprendemos como ter uma matériaprima de qualidade; melhoramos o aproveitamento do caldo e o controle da fermentação; aprendemos a fazer a separação de cabeça, calda, aproveitando somente o coração; aprendemos sobre armazenamento e envelhecimento por meio de tonéis de madeira, obtendo mais aromas, diferenciados e agradáveis para a cachaça. Outro ganho foi ter aprendido a calcular o custo da produção e sobre a organização do alambique. Ou seja, o curso nos trouxe melhorias do início ao fim do processo. Com isso, percebemos uma melhoria incrível da nossa cachaça, tanto que conquistamos o primeiro lugar em um concurso em nossa região.” A propriedade já sediou três cursos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES.

A produção

O trabalho de produção da cachaça da Cachaçaria Rio Mineiro começa cedo. Ainda pela manhã, é feito o corte da cana. Durante o dia, a cana é processada, quando obtém-se o caldo, que é fermentado, dando origem ao vinho da cana. No dia seguinte, o material vai para o alambique, onde é dividido em partes, cabeça, coração e calda. “O coração é a parte boa, a parte que vai para o tonel”, explicou Valdinei.

O local conta com vários tipos de tonéis, produzidos a partir de diferentes madeiras. É neles que ocorre o envelhecimento da bebida. “É por meio do envelhecimento em cada tipo de madeira que a cachaça ganha a sua característica de aroma. Por exemplo, tonéis de amburana lembram aroma de mel, cravo e canela; tonéis de carvalho lembram coco e baunilha; tonéis de bálsamo têm aromas florais. Aqui temos tonéis de castanheira, jequitibá, jatobá e canela sassafrás. Cada um tem suas características e é a partir delas que conseguimos fazer o blend, que nada mais do que a misturas das madeiras.”

A cachaça produzida pelos irmãos Valdinei e Vagner, que contam com a ajuda das esposas, Teresa Cristina e Rafaela Cássia, já ganhou o gosto de clientes em Belo Horizonte e em Curitiba. “Vendemos a cachaça engarrafada nos comércios da região; no alambique, para turistas; e temos parceiros de revenda em Curitiba e em Belo Horizonte”, detalhou Valdinei, revelando que estão em busca de novos representantes para revenda da cachaça em outras praças. “Já temos, inclusive, proposta para exportação.”

Um dos projetos deles é plantar árvores que poderão ser utilizadas nos tonéis para envelhecimento da cachaça. “Pretendemos fazer, futuramente, um envelhecimento sustentável. Para isso, pensamos em plantar bálsamo, castanheira, amburana, entre outras árvores”, planeja Valdinei.

A mobilizadora do Sindicato dos Produtores Rurais de Conselheiro Lafaiete, Ilma Bruno da Silva, destacou o crescimento do negócio dos irmãos Assis. “Começamos a trabalhar com eles há muitos anos. Eles eram ‘pequenos’ na produção de cachaça. Agora estão com um produto lindo, muito bom e de altíssima qualidade.”

Fonte: Assessora de Comunicação Sistema FAEMG/SENAR/INAES - Regional Juiz de Fora

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