Publicado em: 19/11/2020 às 19:40hs
O preço do leite no campo deve fechar em queda em novembro, interrompendo, portanto, o movimento de alta que vem sendo verificado desde junho. Pesquisas do Cepea ainda em andamento apontam que a desvalorização do leite captado em outubro e recebido por produtores em novembro pode ficar entre 5% e 7% quando comparado ao mês anterior. Os valores do leite no campo obedecem a uma tendência sazonal, relacionada às disponibilidades de chuvas e pastagem. Isso significa que, tipicamente, é esperado que, no fim do ano, ocorra essa inversão da tendência. No entanto, em 2020, a retomada da produção não tem ocorrido de forma intensa, já que as condições climáticas foram menos favoráveis. Mesmo assim, nas primeira e segunda quinzenas de outubro, houve maior oferta de leite spot (negociado entre indústrias) em Minas Gerais, de modo que a média mensal caiu 16,8% frente à de setembro/20, indo para R$ 2,23/litro.
Depois de registrarem consecutivas altas entre maio e setembro, as cotações dos derivados lácteos recebidas pelas indústrias recuaram em outubro, devido à maior pressão dos canais de distribuição por preços mais atrativos. Agentes consultados pelo Cepea afirmaram que as negociações mais truncadas em outubro se deram pela dificuldade da demanda em absorver a valorização dos lácteos, que atingiram patamares muito elevados nos últimos meses. Destaca-se, no entanto, que os estoques seguiram limitados, tendo em vista a baixa oferta de leite no campo, em função do menor volume de chuvas no período.
Depois de cinco meses consecutivos de aumento nas importações de lácteos, em outubro, o total adquirido pelo Brasil recuou 3,5% frente ao mês anterior, com volume de 22,3 mil toneladas, segundo dados da Secex. A queda nas importações esteve associada à diminuição nas compras de queijos e do soro de leite. Além disso, o dólar valorizado (média de R$ 5,63 em outubro) e os consequentes patamares elevados das cotações no mercado externo levaram importadores a reduzirem as aquisições.
Os custos de produção da atividade leiteira subiram 3,18% entre setembro e outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP) e, no ano (até outubro), o avanço já chega a 13,24%. A valorização do concentrado continua sendo o principal impulso aos custos: em outubro, a alta foi de 6,71% e, nos 10 meses de 2020, de 26,5%. Outro insumo que também contribuiu para este cenário foi a suplementação mineral, que registrou elevações de 2,27% e de 12,24% nos preços nos comparativos mensal e anual, respectivamente.
Fonte: CEPEA
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