Publicado em: 29/05/2014 às 13:50hs
Na pauta, está o desenvolvimento econômico e social para a região. Uma delas é a Câmara Setorial de Infraestrutura Rural. A partir de unidades experimentais, ela trabalharia com pesquisa, validação e divulgação de tecnologias inovadores de redução de perdas em colheitas de grãos e a sua secagem e armazenagem na própria propriedade, pegando como exemplo o programa estadual RS Mais Grãos.
Infraestrutura gaúcha
O tema tem entrado constantemente na pauta da infraestrutura pós-colheita. Embora em fase de recuperação e investimentos, ainda há certo déficit na armazenagem pública. Com a disponibilização do Governo Federal de R$ 156 bilhões no Plano Safra 2014/2015 e de R$ 4 bilhões ano passado do sistema estadual – o Plano Safra Estadual 2014/2015 será lançado em junho, não deverá faltar crédito para o produtor construir seus próprios silos e armazéns. Aliás, já não está faltando.
Nos últimos meses, quem cruzar por BRs como 153, 386, 116, 392 e 290, por exemplo, só para citar umas, pode perceber a quantidade de investimentos nesse setor. Só em 2013, conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o RS recebeu pelo menos R$ 1,1 bilhão em investimentos de infraestrutura entre obras prontas, licitadas, em andamento.
Foi o que mais teve repasses da União, seguido por Minas Gerais, entre todos estados da Federação. O valor não inclui manutenção de rodovias, estudos e projetos.
No caso especifico da armazenagem pública gaúcha, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) está em franca recuperação. Atolada em dividas e depois de quase ser fechada no final de 2010, no ano seguinte começou aos poucos se recuperar. Mais de três anos e meio se passaram e os números já refletem a boa gestão.
Saída para equilibrar preços
Não ter de vender o produto em seguida da safra, os produtores não só tem investido na melhoria da produção. Incrementar o que sai diretamente das lavouras depende de um requisito básico: ter onde guardar.
Do ano passado pra cá, houve incremento de 15% de armazenagem nas propriedades. Ao ter local próprio para secar e guardar os grãos, deixa de ficar totalmente à mercê das variáveis de preços do mercado e pode vender seus produtores na hora em que os preços melhoram.
Programa estadual incentiva diversificação e aumento de renda
O programa RS Mais Grãos, por exemplo, pretende conscientizar os agricultores de que essa é a saída. Desafoga um pouco os espaços públicos e amplia as capacidades privadas. O caso do fumo, por exemplo, é bem particular.
As mais de 90 mil estufas espalhadas pelo Estado ficam ociosas durante noves meses do ano. Modalidade destinada aos fumicultores, que dependem exclusivamente da atividade, prevê o plantio de feijão e milho na chamada resteva do fumo, aproveitando os insumos deixados.
Plantações irrigadas, inclusive o próprio fumo, crescem a produtividade e a renda dos agricultores. A exemplo do programa de irrigação Mais Água, Mais Renda, que subvenciona a compra de equipamentos, o RS Mais Grãos também tem lógica semelhante.
Pequenos agricultores enquadrados nos critérios do Pronaf adquirem crédito para melhoria de suas estufas e ainda recebem 15% de subsídio do Estado para pagamento das melhorias.
Aumentam-se a renda do produtor, que começa a diversificar as culturas, e cresce a oferta do grão que atende cadeias de aves e suínos e ainda tem déficit. Politica de alcance social e econômica, o RS Mais Grãos incentivará o fumicultor tradicional a diversificar a propriedade.
Qualificação da cadeia
Embora já trabalhem juntos na cadeia da erva-mate, todavia o setor carece de ações tecnológicas, difusão e orientação quanto à qualidade de mudas, manejo, pesquisa nutricional e fitoterápica, avalia o coordenador da Câmara Setorial de Agroenergia e do Fundomate, Valdir Zonin.
O grupo ainda debateu temas ligados a sistemas alternativos de energia, uns mais limpos e outros que devem aumentar a produção de matéria-prima como canola. Dentro disso, aparecem o biodiesel e o biogás, por exemplo.
A respeito da Câmara da Soja, no entanto, debateram a realização de estudos envolvendo conservação de sementes através de processos biológicos e redução de gastos energéticos.
Participaram da reunião os engenheiros agrônomos e coordenador regional da Secretaria da Agricultura Adriano Schincaruk, Valdir Zonin, coordenador das Câmaras Setoriais de Agroenergia, Infraestrutura e do Fundomate.
Pela URI, estiveram presentes o professor Antônio do Amaral, coordenador do Curso de Agronomia, Sergio Mosele, dentre outros professores representantes de outros cursos afins com, Engenharia Agrícola, Engenharia de Alimentos, Química Industrial e Ciências Biológicas.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria da Agricultura RS
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