Aveia, Trigo e Cevada

Retrospectivas de 2020: Confira análises macro e setoriais divulgadas pela equipe do CEPEA

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje as retrospectivas de 2020. Na semana que vem, serão divulgadas as perspectivas para 2021. Confira abaixo:


Publicado em: 12/01/2021 às 18:00hs

Retrospectivas de 2020: Confira análises macro e setoriais divulgadas pela equipe do CEPEA

MACRO: Breve retrospecto macroeconômico do agronegócio em 2020

O ano de 2020 foi excepcional praticamente em todos os aspectos. A pandemia de covid-19 ditou o comportamento da sociedade global como um todo. A economia mundial, quase sem exceção, evidentemente, teve sua evolução fortemente determinada por esse ataque arrasador ora vindo do lado da oferta, ora da demanda, ora dos dois lados, tudo conforme eram determinados acirramentos ou relaxamentos das medidas de controle, auxílios e subsídios eram repassados à população (estimulando a demanda) ou às empresas (recuperando a oferta). Tais medidas eram implementadas e interrompidas abruptamente causando grande instabilidade. Cadeias produtivas, em geral interdependentes, viam seus elos afetados e obstruídos, seja por falta de insumos, seja por problemas logísticos, tudo diante de uma demanda oscilante e cuja estrutura mudava com os cambiantes hábitos dos consumidores. Uma montanha russa, com grande viés de baixa, marcou a economia mundial.

AÇÚCAR: Mesmo com maior produção, Indicador atinge recorde nominal em 2020

Mesmo diante da maior produção de açúcar na safra 2020/21, o Indicador CEPEA/ESALQ do cristal, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, atingiu recorde nominal no início de novembro/20, quando passou a operar acima de R$ 100/saca de 50 kg. Nos dias seguintes, as máximas foram renovadas, alcançando R$ 111,96/sc no dia 10 de dezembro de 2020. Segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o impulso veio especialmente das exportações aquecidas ao longo de todo o ano, que limitou a oferta no mercado doméstico.

ALGODÃO: Setor brasileiro registra recordes em 2020

A produção e a exportação brasileiras de algodão em pluma foram recordes em 2020. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, preços atrativos em anos anteriores deram sustentação à produção doméstica, com agentes focados nas vendas externas. No primeiro semestre, as exportações até foram limitadas pela paralisação das indústrias por conta da pandemia, mas a retomada de todo o setor no segundo semestre no Brasil e no mundo voltou a aquecer as vendas externas e deu o tom altista aos preços internos, que chegaram nos maiores patamares nominais da série histórica do Cepea.

ARROZ: Apesar de ano desafiador, setor tem bom desempenho em 2020

O ano de 2020 foi desafiador ao setor arrozeiro brasileiro, mas, no agregado, a cadeia apresentou bom desempenho. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a demanda esteve mais ativa em boa parte do ano, e a busca pelo abastecimento acirrou a disputa pelo produto, contexto que resultou em forte elevação nos preços, especialmente no segundo e terceiro trimestres. Já nos últimos três meses do ano, os valores internos do arroz estiveram enfraquecidos, diante da possibilidade de importação de arroz de fora do Mercosul com isenções de impostos.

BOI: Recordes de 2019 são renovados em 2020

Os recordes observados no setor pecuário nacional em 2019 foram renovados em 2020. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, as intensas exportações brasileiras de carne bovina, especialmente à China, atreladas à oferta restrita de boi gordo no pasto, evidenciada por dados oficiais indicando menor número de animais abatidos em boa parte do ano, mantiveram os preços de todo o setor em alta no mercado nacional na maior parte de 2020.

CAFÉ: Mesmo com produção elevada, cafés seguem valorizados ao longo de 2020

O ano de 2020 foi marcado por preços elevados dos cafés arábica e robusta. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, no primeiro semestre de 2020, as cotações foram sustentadas por incertezas quanto à oferta de café. Naquele período, além da menor produção de arábica de 2019/20, a pandemia de coronavírus trazia preocupações relacionadas à logística mundial, e países, como a Colômbia, tiveram problemas de mão de obra para colheita. Do lado da demanda, o cenário de incerteza também impulsionou as compras para “estocagem” de produtos, favorecendo especialmente as vendas de robusta.

CITROS: Estiagem prejudica produção de 2020/21; quebra de safra é a maior da história

De maneira geral, a citricultura paulista registrou preços elevados em 2020, segundo mostram pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Com a menor produção de laranjas no cinturão citrícola (São Paulo e Triângulo Mineiro) na safra 2020/21 devido ao clima adverso, a necessidade de matéria-prima por parte da indústria continuou alta ao longo do ano, fator que sustentou os valores da fruta.

ETANOL: Covid-19 limita demanda em 2020, e preço cai mesmo com menor produção

Agentes do setor sucroenergético consultados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciaram o ano otimistas, esperando um cenário promissor para o consumo de etanol na temporada 2020/21 e animados com o Renovabio. No entanto, a safra 2020/21 foi marcada por muitas incertezas, devido à pandemia de covid-19, que acabou limitando a demanda por etanol e resultando em queda de preços na maior parte do ano, mesmo diante da menor produção do biocombustível.

FRANGO: Competitividade da carne de frango é recorde em 2020

Em 2020, a redução do poder de compra da população, devido aos impactos econômicos da pandemia de covid-19, favoreceu as vendas da carne de frango em detrimento das principais substitutas, a bovina e a suína. Além disso, agentes do setor da avicultura de corte indicam que o auxílio emergencial do governo federal também contribuiu para impulsionar as vendas de carne avícola. Com isso, as diferenças entre os preços do frango inteiro e os das carcaças bovina e suína atingiram recordes em 2020, segundo apontam dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

LEITE: 2020, ano de preços recordes no campo

O ano de 2020 foi marcado por adversidades. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, do lado da demanda, a pandemia de coronavírus resultou em mudanças bruscas no comportamento do consumidor. Do lado da oferta, o clima prejudicou a atividade, devido às irregularidades das chuvas e às secas extremas, especialmente no Sul do País. Esses dois fatores, combinados, proporcionaram um ano de desequilíbrios entre a oferta e a demanda e de elevação substancial dos preços no campo.

MANDIOCA: Em 2020, oferta fica praticamente estável; demanda recua

Ao longo de 2020, os efeitos da covid-19 sobre a colheita de raiz de mandioca – e, consequentemente, sobre a oferta do produto – foram relativamente pequenos, com exceção do início da pandemia, quando houve dificuldades no transporte de trabalhadores rurais. Por outro lado, a demanda por produtos industriais, incluindo os que utilizam a fécula de mandioca como insumo, foi menor, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

MILHO: Paridade de exportação sustenta patamares recordes de preços em 2020

O mercado brasileiro de milho em 2020 foi marcado por produção e preços recordes, segundo indicam pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A forte valorização do dólar, a alta nos preços internacionais e a demanda externa aquecida sustentaram a paridade de exportação e, consequentemente, os preços brasileiros, sobretudo no segundo semestre, quando atingiram máximas reais históricas. Em termos globais, a produção foi menor.

OVINOS: Menor oferta sustenta preços de ovinos em 2020

As expectativas de estabilidade de preço e de volume negociado para o mercado de ovinos em 2020 não foram confirmadas, devido ao cenário atípico gerado pela pandemia de covid-19. Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, indicam que a retração econômica, as reduções das importações e das exportações desta proteína e as medidas de isolamento social para contenção do avanço do novo coronavírus influenciaram os resultados do setor.

OVOS: Preço atinge recorde real, mas custo elevado reduz poder de compra do avicultor

Em 2020, a pandemia de covid-19 influenciou fortemente a avicultura de postura nacional, gerando resultados que vão desde preços em patamares recordes até o menor poder de compra da história da atividade, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

SOJA: Vendas se antecipam e preços atingem recordes em 2020

Como boa parte da safra 2019/20 já havia sido negociada antecipadamente (ainda em 2019), sojicultores brasileiros consultados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciaram o ano de 2020 resistentes nas vendas envolvendo grandes lotes, voltados ao cumprimento de contratos. O atraso na colheita também trazia incertezas quanto ao volume a ser produzido, que, no fim das contas, foi recorde, de 124,8 milhões de toneladas, segundo a Conab.

SUÍNOS: Em meio à pandemia, setor é marcado por preço, abate e embarque recordes

A pandemia de covid-19 trouxe para a suinocultura brasileira um cenário de incertezas e de muitos desafios em 2020. Depois de caírem com força entre março e abril, os valores tanto do suíno vivo quanto da carne iniciaram um movimento de recuperação em todas as praças acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP), atingindo recordes reais em setembro. As exportações e os abates também foram recordes.

TRIGO: Preços do trigo e dos derivados oscilam em 2020, mas se mantêm elevados

Os preços do trigo e dos derivados oscilaram com maior intensidade ao longo de 2020, mas, no geral, se mantiveram elevados frente a anos anteriores, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. No caso da matéria-prima, os valores iniciaram o ano em alta, movimento que teve início em outubro de 2019, e foi influenciado pelo dólar valorizado, por dificuldades na importação e, mais recentemente, pela firme demanda interna. Já no final do ano, a intensificação dos trabalhos de campo e a finalização da colheita pressionaram as cotações do cereal no mercado interno.

HORTIFRÚTI: Pandemia afeta mercado de HF em 2020

Mesmo com a essencialidade da cadeia de alimentação e sem grandes interrupções na produção, o setor de frutas e hortaliças foi afetado pela pandemia da covid-19 em 2020, principalmente por conta da queda da atividade econômica, da restrição parcial da comercialização e de mudanças dos hábitos de consumo. Segundo pesquisadores da equipe da HF Brasil, esses fatores tiveram maior ou menor impacto em diferentes momentos no decorrer de 2020.

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