Algodão

Mato Gosso completa dez anos liderando a oferta nacional de grãos

Até a safra 2010/11, Paraná liderava a produção brasileira. No ciclo seguinte, MT ultrapassou e não parou mais de crescer


Publicado em: 18/12/2020 às 10:00hs

Mato Gosso completa dez anos liderando a oferta nacional de grãos

Se as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para Mato Grosso se confirmarem, o Estado terá muito que comemorar na safra 2020/21.

De acordo com o 3º levantamento da Estatal, serão mais de 75,22 milhões de toneladas produzidas, dados que se concretizados serão o quinto recorde seguido da produção mato-grossense, ou seja, o Estado superando ano-a-ano seu próprio limite.

Mais do que números históricos, a nova safra – já em curso com a soja – colocará Mato Grosso como maior produtor nacional, pelo décimo ano consecutivo.

Desde o ciclo 2011/12, Mato Grosso ultrapassou o estado do Paraná, até então, o maior produtor brasileiro de grãos. Nessa década, a oferta mato-grossense partiu de 40,35 milhões de toneladas para mais de 74,89 milhões no ciclo 2019/20.

Na comparação com a última safra, a temporada atual deverá ofertar 0,8% mais grãos e algodão, sobre o recorde anterior.

A produção estadual representará 60,55% do total do Centro-Oeste e 28% da oferta nacional em 2020/21.

Nesse 3º Levantamento, divulgado ontem, o Estado amplia a oferta de soja e de arroz, mas pode fechar com perdas no algodão e no milho, na comparação com a safra 2019/20.

Em relação à área plantada, haverá um acréscimo de 1,7%, com a superfície passando de 17,21 milhões de hectares para 17,50 milhões. Se há recorde no radar, há recorde para a produção de soja também.

Depois de ofertar mais uma safra histórica, com 35,88 milhões t do grão, a produção pode chegar a 36,94 milhões t, o que se confirmado ampliará em 3% o saldo final do ciclo.

Técnicos da Conab apontam que em Mato Grosso, o plantio se encaminha para o desfecho, com 99,7% da área semeada até o final de novembro.

Após o atraso inicial das chuvas, foi registrado um ritmo muito intenso de plantio, com concentração de mais de 80% da área plantada nas quatro semanas entre a metade de outubro e a metade de novembro.

“A capacidade técnica operacional em Mato Grosso propiciou esta cadência. Apesar de o plantio estar praticamente completo e as chuvas terem se estabelecido em âmbito estadual, é importante destacar que elas se encontram abaixo do volume ideal, fato que gerou replantio de forma generalizada em todo o Estado, ainda que restrito à pequena fração da área na maior parte dos municípios. A ressemeadura ocorreu principalmente nas áreas em que a oleaginosa foi implantada entre o final de setembro e o início de outubro, padecendo, portanto, de forma mais intensa, com a seca e o atraso do início das chuvas, a exemplo das áreas que visam o plantio de algodão de segunda safra”.

Dada a concentração da semeadura em intervalo curto de tempo, a Conab explica que para driblar possíveis problemas com a colheita, muitos produtores optaram por utilizar cultivares distintas, com ciclos diversos, de modo a mitigar o risco inerente a esta concentração.

“Ainda não se pode confirmar queda de produtividade média, motivada pela escassez de chuvas, pois as lavouras ainda podem se recuperar, caso haja condições climáticas favoráveis, e os produtores anseiam por maior volume de chuvas para as próximas semanas, nas quais haverá a predominância do estágio de floração das lavouras. Estima-se 3,6% das lavouras em emergência, 86,2% em desenvolvimento vegetativo, 9,5% em floração e o restante, pouco mais de 0,6%, em enchimento de grãos”, pontuam os técnicos.

O levantamento destaca ainda que as condições de mercado atrativas para a comercialização do grão, estima-se continuado crescimento da área plantada com a oleaginosa, com previsão de incremento de 3,3% em comparação à safra anterior, atingindo 38,2 milhões de hectares semeados.

O plantio está em fase final na maior parte das regiões produtoras, com as oscilações climáticas impactando negativamente o ritmo das operações. No entanto, com a expectativa das normalizações hídricas, não se esperam graves comprometimentos nos níveis de produtividade.

Com a regularização do clima, é esperada produção recorde de 134.451,1 mil toneladas, representando incremento de 7,7% em relação à safra anterior.

Na principal região produtora do país, o Centro-Oeste, está previsto ocorrer na área plantada aumento de 3,6% em relação ao plantio passado, atingindo 17,2 milhões de hectares.

Da superfície, 10,31 milhões estarão em Mato Grosso, incremento anual de 3,1%.

MAIS DESTAQUES

O levantamento chama à atenção para a retomada do cultivo de arroz em Mato Grosso.

No sistema de ‘sequeiro’ – que predomina no Centro-Oeste – o Estado amplia a área cultivada em 14,7% - de 122 mil hectares para 128 mil – e a produção em 10,8%, com a oferta prevista em 426 mil toneladas ante 385 mil.

Apesar do avanço e de ser a maior produção das últimas safras, o volume projetado remonta aos níveis de 2015, no Estado.

No ciclo 2004/05, a produção local ultrapassou 2 milhões de toneladas. O milho, cultivada em segunda safra, deverá somar 34,32 milhões t, volume 0,8% menor que o contabilizado no ciclo passado. A área cultivada foi mantida em 5,41 milhões de hectares.

Na cotonicultura, a oferta de pluma encolhe 6% na comparação anual, com a oferta saindo de 2,09 milhões t para 1,97 milhão. A área encolhe 3,3%, estabilizando em cerca de 1,2 milhão de hectares plantados.

BRASIL

De acordo com a Conab, o Brasil deverá colher 265,9 milhões de toneladas de grãos, ou seja, 9 milhões de toneladas, 3,5 % a mais do que a temporada de 2019/2020.

O levantamento indica também crescimento de 1,6% sobre a área da safra 2019/20, totalizando 67 milhões de hectares.

Nesta temporada, soja e milho correspondem a 89% da produção de grãos considerada pela Conab - 16 produtos ao todo.

Para a soja, é estimado crescimento de 3,3% na área e sua produção pode chegar a 134,5 milhões de toneladas, firmando o país como o maior produtor mundial da oleaginosa.

Fonte: Diário de Cuiabá

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