Os Estados Unidos planejam solicitar a formação de um painel de resolução de disputas sob o Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) para tratar de sua reclamação de que a proibição do México ao milho geneticamente modificado (GM) viola o acordo de livre comércio, informou a Bloomberg News, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

Em junho, o escritório do Representante de Comércio dos EUA buscou uma nova rodada de consultas para solução de disputas comerciais com o México sob o pacto após discussões técnicas sobre o tema do milho GM na primavera. O dia 16 de agosto marcou o prazo de 75 dias para os dois lados resolverem o conflito, após o qual os Estados Unidos podem solicitar um painel de solução de controvérsias para decidir o caso.

O México disse que vai se opor aos argumentos dos EUA, informou a Reuters anteriormente, mas também está comprometido com um “diálogo construtivo” e acredita que os países podem “chegar a um acordo mutuamente satisfatório”.   

Os Estados Unidos envolveram o México em inúmeras discussões sobre suas políticas de biotecnologia, que, segundo ele, não são baseadas na ciência e ameaçam interromper as exportações dos EUA para o México. Este mês, os Estados Unidos negaram um pedido do México para realizar pesquisas científicas conjuntas sobre o impacto do milho transgênico na saúde, informou a Reuters, um sinal de que os dois podem estar se aproximando de uma disputa comercial formal.

Em 1º de janeiro de 2021, entrou em vigor um decreto do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador proibindo o uso de milho GM até 2024. Um decreto posterior, publicado em fevereiro, retirou essa política inicial e pede a proibição do milho transgênico para certos usos, especificamente para o consumo humano. Certos usos incluem tortilhas e massa, que é feita principalmente de milho branco. O México disse que a proibição foi proposta porque o milho transgênico pode ter efeitos adversos à saúde, mesmo quando usado como forragem.