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John Deere quer conectar 1,5 milhão de máquinas até 2026

Meta da empresa não envolve apenas tratores da própria marca, mas também caminhões e outros veículos de suporte à operação agrícola


Publicado em: 11/09/2023 às 16:00hs

John Deere quer conectar 1,5 milhão de máquinas até 2026

Atualmente com 500 mil máquinas conectadas em todo o mundo — a maior parte delas nos Estados Unidos — a norte-americana John Deere está trabalhando para alcançar a marca de 1,5 milhão de implementos com acesso a internet até 2026.

A meta, segundo a diretora de Inovação da companhia para a América Latina, Heather Van Nest, não envolve apenas tratores da própria marca, mas também caminhões e outros veículos de suporte à operação agrícola com foco no desenvolvimento de tecnologias mais avançadas que dialoguem com todas as etapas da produção.

Com lançamentos cujos preços chegam a milhões de dólares, a empresa focará em máquinas que já estão em campo e de menor porte, hoje na mão de pequenos produtores. “Nós não temos nenhuma conectividade em pequenos tratores atualmente e esse é um passo que daremos nos próximos meses”, revela a executiva.

Como parte dessa estratégia, a linha de tratores de pequeno porte fabricados no Brasil passará a contar com conectividade de fábrica a partir deste ano, algo que nos EUA ocorre pelo menos desde 2011.

O pacote básico, que consiste na instalação de modem, monitor e software de operação, é considerado o primeiro passo para lançamentos mais avançados, hoje em fase de testes.

O principal deles, um trator autônomo que dispensa o uso de operador, já tem sido usado por produtores norte-americanos e brasileiros. São dezenas de unidades que, com a expansão da conectividade até 2026, se tornarão centenas para, até 2030, alcançar todas as operações com as quais a John Deere trabalha atualmente, do preparo de solo à colheita.

“Não importa em que região do mundo você esteja, não há tantos profissionais agropecuários se formando. Nós sabemos que um dos maiores desafios para o produtor é encontrar mão de obra capacitada, e a ideia é que a automação permita ao produtor concentrar esses profissionais em atividades mais estratégicas dentro da fazenda”, argumenta Heather Van Nest.''

Ciente dos desafios de conectividade no Brasil, a companhia estima que cerca de 10% das máquinas conectadas nos próximos anos usarão tecnologia via satélite, sendo o restante via rede de celular.

Os dados das operações de plantio no Brasil no último ano apontam que as máquinas da John Deere passaram cerca de 24% do tempo ociosas, sendo que desse total, 44% foi reflexo de atrasos na operação e outros 52% gastos durante o abastecimento.

É de olho nesses números que a companhia tem trabalhado. “Nós queremos ajudar o produtor a reduzir esse tempo desperdiçado”, afirma o gerente de produtos digitais da John Deere, Kevin Seidl.

Se hoje o produtor pode acompanhar em tempo real a evolução dos trabalhos em campo, a ideia é que, uma vez conectadas, as máquinas enviem notificações sobre o rendimento do plantio ou da colheita oferecendo insights sobre a produção.

“Nós começamos a incluir novas funções para leitura de dados que permitirão, por exemplo, prever o tempo restante para finalização da operação transformando um dado estático, como a localização da máquina, em uma ferramenta útil para gestão do produtor”, completa o executivo.

Fonte: Grupo Idea

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