Publicado em: 02/09/2014 às 12:00hs
Segundo a análise dos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o bom desempenho das vendas externas do setor em 2014 resultou do maior volume embarcado, uma vez que as cotações dos principais produtos exportados, como açúcar, café, carne de aves e suco de laranja se mantiveram em queda no período.
Em junho deste ano, a receita das exportações agropecuárias alcançou U$$ 9,7 bilhões, superando em 4,6 % o valor de junho de 2013. No agregado de janeiro a junho de 2014, no entanto, o montante em dólares ficou um pouco abaixo dos U$$ 50 bilhões, o que representa queda de 1% em relação ao resultado obtido no mesmo período do ano anterior.
No acumulado de julho de 2013 a junho deste ano também houve retração na receita dos envios relacionados ao agronegócio, de 1%. Já a participação do setor nas exportações totais do País continua em crescimento e atingiu 44,4% no primeiro semestre de 2014.
Para o segundo semestre deste ano, espera-se alguma redução no volume exportado devido ao período de entressafra das principais culturas brasileiras. Porém, vale considerar que o embargo russo aos produtos norte-americanos e da União Europeia, pode elevar as exportações nacionais, principalmente de carnes e frutas.
Quanto aos preços de exportação, devem sofrer influência da maior oferta dos principais produtores mundiais, como Estados Unidos. A demanda por alimentos deve continuar firme, puxada principalmente pela China e a Índia. Já do lado da oferta, os estoques mundiais de importantes commodities como soja, açúcar e café, devem se manter em níveis confortáveis devido à boa safra mundial na temporada passada, no entanto, o risco climático deve ser sempre considerado.
Trajetória
Entre janeiro de 2000 e junho de 2014, o agronegócio brasileiro expandiu suas exportações mesmo com a forte valorização do real frente ao dólar e a uma cesta de moedas (de 48,84%), como mostra o crescimento das vendas externas, que foi superior a 219%.
Nesse período, os preços em dólares dos alimentos no mercado internacional aumentaram 107,53%, compensando a valorização da moeda brasileira, e fazendo com que a atratividade das exportações aumentasse quase 6%.
Fonte: DCI
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