Meio Ambiente

Técnica permite recuperação de áreas degradadas

A transformação de áreas com alto nível de degradação em áreas produtivas é um desafio da pesquisa agropecuária na Amazônia


Publicado em: 01/07/2015 às 16:20hs

Técnica permite recuperação de áreas degradadas

O Projeto Biomas, realizado pela Embrapa e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), propõe a superação desse desafio a partir do plantio da árvores nas propriedades rurais, tanto com a finalidade de recuperação de áreas, quanto para uso em sistemas produtivos consorciados.

Em São Domingos do Araguaia, sudeste do Pará, o projeto desenvolve 22 ações de pesquisa, que vão desde o estabelecimento de sistemas de produção – como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e os Sistemas Agroflorestais - até a recuperação de áreas que atendam aos preceitos do Código Florestal Brasileiro. As atividades são desenvolvidas em área de produtor, na Fazenda Cristalina, localizada às margens da Rodovia Transamazônica.

No local, um dos principais resultados encontrados na parceria entre produtor e pesquisador é a recuperação das áreas de voçoroca, nome que em tupi guarani significa “terra rasgada”. Trata-se de uma área onde a vegetação e o solo foram retirados para outros usos – construção de estradas, fundações de obras, por exemplo - deixando o subsolo exposto. Com a compactação do subsolo, as chuvas fortes, enxurradas e a erosão, formam-se buracos e depressões no solo, onde não cresce mais vegetação alguma. “O rasgo, ou o buraco, causado pela voçoroca, é como uma ‘cicatriz’ que vai ficar por muito tempo na área”, afirma o especialista em recuperação de áreas degradadas Alexander Resende, pesquisador da Embrapa Agrobiologia (RJ).

A área de voçoroca da fazenda ocupa cerca de 300 metros quadrados, com inclinações de até dois metros de profundidade. “Só para ter uma ideia, considerando que todo o buraco das voçorocas já foi ocupado por solo, na área da Fazenda Cristalina se tem uma perda de quase 6 mil metros cúbicos de solo, ou seja, quase 600 caminhões de solo perdidos, que foram parar nos cursos d’água, gerando outro problema: o assoreamento”, conta o pesquisador.

A primeira ação da pesquisa foi reduzir a quantidade de água que chega à voçoroca, a partir do uso de práticas mecânicas, como terraços, drenagens e bacias de contenção. Como o processo de erosão só tende a aumentar, o pesquisador explica que a ideia é fazer com que a água permaneça mais tempo na área e perca o seu poder de enxurrada. “Foram implantadas oito bacias de contenção na área, que são pequenas represas, que podem armazenar até cerca um milhão de litros de água de chuva”, detalha Alexander.

Fonte: Jornal O Liberal

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