Assuntos Jurídicos

STF derruba lei que proibia trânsito de animais vivos em Santos

Decisão contraria medida tomada pelo município após polêmica de exportação de bois vivos pelo porto paulista


Publicado em: 26/04/2018 às 11:50hs

STF derruba lei que proibia trânsito de animais vivos em Santos

O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou o trânsito de animais vivos na cidade de Santos (SP), o que permite a exportação de animais pelo Porto. A decisão foi tomada pelo ministro Edson Fachin na terça-feira (24/4). A ação foi movida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que questionou uma lei municipal sancionada na quarta-feira (18/4) pelo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). O texto proibia o transporte de animais vivos nas áreas urbanas e de expansão urbana, o que inviabiliza o acesso ao cais.

Na ação, a CNA alegou que a lei é inconstitucional e cria “empecilhos desastrosos para o comércio exterior brasileiro, uma vez que proíbe o trânsito para a embarcação de animal vivo em um dos maiores portos da América Latina”. Parte das exportações de gado vivo tem como destino países árabes que têm seus próprios métodos para abate, o que justifica a demanda de exportações de animais vivos pelo Brasil.

Em nota divulgada à imprensa, a CNA afirmou que “a decisão do ministro Edson Fachin traz segurança jurídica para o setor agropecuário, na medida que garante amplo acesso do escoamento da produção dos produtores rurais brasileiros”.

Navio Nada

A exportação de animais vivos pelo Porto de Santos passou a ser discutida pela Câmara Municipal e pela Prefeitura após o embarque, em fevereiro, de cerca de 20 mil bois em um navio, chamado Nada, destinado à Turquia. Após intervenção de ativistas, que alegavam maus-tratos aos animais, e uma liminar judicial que determinava o desembarque dos bois, a embarcação ficou retida por sete dias no Porto. Após determinação da Justiça Federal, o navio partiu para a Turquia no dia 5 de fevereiro. O episódio causou transtornos logísticos no Porto e incomodou os habitantes da cidade por conta do odor das fezes dos animais.

Fonte: GLOBO RURAL

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