Soja

Soja tem fortes altas em Chicago nesta 5ª com movimento de recuperação e atenção à China

Por volta de 8h30 (horário de Brasília), o novembro/18 já era negociado a US$ 8,84 por bushel


Publicado em: 16/08/2018 às 10:10hs

Soja tem fortes altas em Chicago nesta 5ª com movimento de recuperação e atenção à China

Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham com boas altas na manhã desta quinta-feira (16) na Bolsa de Chicago, com ganhos de mais de 15 pontos entre os principais vencimentos. Assim, por volta de 8h30 (horário de Brasília), o novembro/18 já era negociado a US$ 8,84 por bushel.

Segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado passa por um movimento técnico de correção depois de "baixas maiores do que o necessário ontem".

As cotações buscam manter algum suporte diante de boas informações de demanda e da necessidade de uma manutenção dos preços para que a nova safra americana não seja ainda mais inviabilizada, como diz Brandalizze.

Além disso, há ainda rumores de que China e Estados Unidos estariam dispostos a retomar suas negociações e a informação também favorece os preços.

"No meio do pessimismo provocado pela crise da Turquia e Relatorio USDA baixista, o mercado está reagindo hoje com rumores de que a China está enviando uma delegação para os EUA com o intuito de tentar um acordo dentro da atual guerra comercial EUA/China", explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja cede mais de 10 pts em Chicago com pressão do dólar e intensa aversão ao risco

Os preços da soja, nesta quarta-feira (15), voltaram a recuar de forma bastante expressiva na Bolsa de Chicago e fecharam o dia com perdas de mais de 10 pontos entre os principais vencimentos. O contrato novembro/18, referência para as cotações neste momento, encerrou o dia valendo US$ 8,69 por bushel.

Os futuros da oleaginosa acompanharam uma queda generalizada das commodities, as quais foram severamente pressionadas pela intensificação das tensões geopolíticas e das disputas comerciais, bem como de uma alta do dólar frente a uma série de outras divisas.

"E essa alta forte do dólar encareceu as commodities nos EUA, pressionando os preços", disse o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.

O petróleo fechou o dia perdendo mais de 3%, o café arábica mais de 2,5% em Nova York e o trigo em Chicago, mais de 1,5%. As commodities energérticas e metálicas também caíram de forma muito expressiva.

E as questões geopolíticas estão intimamente ligadas à guerra comercial entrea americanos e chineses e as tensões que crescem entre os dois países. "Acho que ainda não vimos o pior. Só começamos a ver um efeito colateral. Acredito que essa é, de fato, o olho da tempestade e vamos ter outra rdodada de fraqueza nos mercados emergentes".

De acordo com analistas internacionais, o mercado sentiu ainda a pressão de melhores condições de clima no Corn Belt nos próximos dias, com previsões mostrando mais chuvas para importantes regiões produtoras no país. Como mostra o mapa a seguir, do NOAA - o serviço oficial de clima do governo norte-americano - um bom volume de precipitações está previsto para o intervalo dos próximos sete dias e deve favorecer a conclusão da safra 2018/19 dos EUA.

O que segue limitando as baixas nos preços da soja continua sendo a demanda. Além de bons números já conhecidos do total da nova temporada americana comprometida, há rumores, ainda segundo relatou Mariano em entrevista ao Notícias Agrícolas, de que a China teria comprado cerca de sete navios de soja nos EUA.

"No entanto, talvez esse volume ainda não seja o suficiente para mudar a tendência do mercado", diz. Apesar disso, mostra a necessidade da nação asiática em direcionar parte de suas compras à oferta americana, uma vez que no Brasil o produto está cada vez mais escasso.

Ainda do lado da demanda, nesta quarta-feira a NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas) trouxe, em seu reporte mensal, um esmagamento de soja de 167,733 milhões de bushels em julho, sendo este o segundo maior total mensal da história. Com boas e fortes margens de processamento, as indústrias aumentaram seu ritmo e ajudaram no resultado.

Mercado Nacional

No Brasil, os preços parecem seguir atrelados a uma realidade formanda pela demanda intensa, os prêmios fortes e o dólar ainda resistente, apesar de algumas baixas pontuais. Nesta quarta, a divisa voltou aos R$ 3,90 e terminou o dia com alta de 0,87%.

"O recuo da véspera veio de trégua externa. Hoje, com a retaliação dos turcos, as preocupações voltaram", afirmou o diretor da consultoria financeira Via Brasil Serviços, Durval Correa, à Reuters, referindo-se à guerra China x Turquia.

E nesse ambiente, os preços voltaram a subir no interior. As altas chegaram aos 9,72%, como foi o caso de Brasília, onde o preço final foi de R$ 79,00 por saca. Em Mato Grosso, os ganhos passaram de 1%, e as baixas foram pontuais.

Nos portos, porém, as referências fecharam em campo negativo. Em Rio Grande, baixa de 0,34% para disponível - que ficou em R$ 87,70 - e para setembro/18 - onde o indicativo foi a R$ 88,20. Em Paranaguá, o spot perdeu 0,55% para R$ 91,00, enquanto a referência fevereiro/19 foi a R$ 83,00.

Fonte: Notícias Agrícolas

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