Soja

Soja tem boas altas em Chicago nesta 6ª feira com correção técnica e expectativas sobre a China

Os preços da soja, nesta sexta-feira (18), trabalham em campo positivo na Bolsa de Chicago


Publicado em: 18/05/2018 às 11:10hs

Soja tem boas altas em Chicago nesta 6ª feira com correção técnica e expectativas sobre a China

Depois de uma nova rodada de baixas ontem, o mercado internacional volta a se ajustar e as primeiras posições recuperam a posição dos US$ 10,00 por bushel com altas variando de 9,25 a 10,50 pontos. O julho/18, por volta de 7h20 (horário de Brasília), era cotado a US$ 10,05.

Segundo explicam analistas internacionais, o avanço dos preços se dá, além da correção técnica, pelas expectativas de boas notícias que poderiam chegar das negociações entre China e Estados Unidos que acontecem na Casa Branca nesta semana.

As informações que partem do encontro ainda divergem em alguns pontos. Como noticiou a Reuters, na manhã de hoje, que a China negou "que tenha oferecido um pacote para reduzir o déficit comercial dos EUA em até 200 bilhões de dólares, horas depois de ter desistido de uma investigação antidumping sobre as importações de sorgo norte-americanas em um gesto conciliatório no momento em que os principais negociadores se encontram em Washington".

E, de acordo com informações apuradas pela consultoria internacional Allendale, o subsecretário de Comércio e Assuntos Internacionais de Agricultura dos EUA, Ted McKinney, irá liderar uma missão a Guangzhou e Shenzhen, na China, na semana de 21 a 25 de maio, para estabelecer novas conexões de negócios, principalmente, na região sul do país.

A notícia parte de um comunicado do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Por outro lado, a falta de um acordo entre as duas nações continua rondando o andamento do mercado, já que a nação asiática segue evitando a soja norte-americana. "Nesta última semana, foi registrada a redução de 3,5 mil toneladas da soja dos EUA já vendidas para a China. A compradora asiática optou pelo cancelamento dos contratos de entrega antes da execução", informou a AgResource Mercosul (ARC).

Além disso, os chineses compraram ainda um volume recorde de soja da Rússia nos últimos meses, também buscando alternativas ao produto dos EUA.

De julho ao meio de maio, a Rússia vendeu aos chineses 850 mil toneladas da oleaginosa, de acordo com dados disponibilizados pela agência de agricultura russa Rosselkhoznadzor. Esse é o maior volume já vendido pelos Russos à China e quase o triplo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 340 mil toneladas.

Ademais, o mercado em Chicago permanece atento ao quadro climático do Corn Belt e o desenvolvimento do plantio norte-americano. De acordo com as últimas previsões alongadas do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano, o verão americano deverá contar com temperaturas na média e chuvas ligeiramente acima do normal para a época na maior parte do cinturão produtivo.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Preços no Brasil se mantêm sustentados pelo dólar forte na casa dos R$ 3,70

A quinta-feira (17) fechou com preços em campo misto no mercado brasileiro. A nova alta do dólar - que fechou o dia com R$ 3,70 - acabou perdendo força frente a uma nova rodada de baixas entre as cotações na Bolsa de Chicago. Ainda assim, seguem mantidos os bons patamares para a a oleginosa nacional, com algumas praças no interior do país superando os R$ 84,00 por saca.

Nos portos, segue o intervalo dos R$ 84,00 aos R$ 86,00. Em Paranaguá, o produto disponível subiu 1,18% para terminar o dia em R$ 86,00, ao passo em que a referência cedeu 0,35% em Rio Grande para concluir os negócios com R$ 85,50. Em Santos, o último preço foi de R$ 84,20.

"Se não tivessemos um dólar tão elevado, com esse movimento de alta das últimas duas semanas, teríamos preços mais baixos sem dúvida. Saímos dos preços do momento da explosão dos prêmios nos portos no início de abril - na casa de R$ 87 a R$ 88 com Chicago a US$ 10,50. Agora, com Chicago a US$ 10,00 e temos R$ 85,00, isso é sem dúvida que o dólar elevado segura os preços no mercado interno, até porque é momento de entrada de safra", explica o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado.

E o momento ainda é, portanto, oportuno para os produtores brasileiros que precisem dar continuidade à sua comercialização. Os indicativos são atípicos para o atual período do ano comercial e, por isso, são convidativos para novos negócios já que seguem remunerando bem em quase todas as principais regiões produtoras do país.

Dólar

Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana fechou o pregão frente ao real com sua quinta alta consecutiva e valendo R$ 3,7012, subindo 0,62%. Nestas últimas cinco sessões, a valorização acumulada é de 4,39%, segundo informa a agência de notícias Reuters.

O dólar iniciou o dia em baixa, porém, reagiu com a alta diante da manutenção da taxa Selic em 6,5% pelo Banco Central, além de seguir acompanhando as notícias que chegam dos Estados Unidos. A divisa subiu, afinal, não só frente ao real, mas diante de uma cesta de moedas internacionais.

"A decisão do BC foi acertada, mas o dólar está com a dinâmica das moedas lá fora", comentou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin à Reuters.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa terminaram o dia com perdas de pouco mais de 4 pontos entre os principais vencimentos e com as duas primeiras posições abaixo dos US$ 10,00 por bushel. O julho/18 fechou a sessão com US$ 9,95 e o agosto/18 com US$ 9,98 nesta quinta-feira.

Além dos fatores já conhecidos - a falta de acordo entre Estados Unidos e China e as boas condições de clima para o avanço do plantio da safra 2018/19 no Corn Belt - os números fracos das vendas semanais para exportação dos EUA também pressionaram as cotações.

"O volume de operações foi mediano, remetendo a volatilidade reduzida frente à falta de qualquer novidade de impacto para a vigente negociação comercial entre os EUA e China, que acontece em Washington. A especulação se preocupa com a falta de qualquer progresso sobre este tema", informa o boletim diário da AgResource Mercosul (ARC).

De acordo com o boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os EUA venderam, na semana encerrada em 10 de maio, 281,9 mil toneladas da oleaginosa da safra 2017/18, enquanto as expectativas variavam de 300 mil a 600 mil toneladas. O principal destino dessa soja foi a Holanda, e a China, mais uma vez, ficou de fora do relatório.

No acumulado da temporada, o total acumulado chega a 55.406,5 milhões de toneladas, contra pouco mais de 57,3 milhões do ano passado. O USDA estima que as vendas totais cheguem a 56,52 milhões de toneladas. O ano comercial termina em 31 de agosto.

Da safra 2018/19, as vendas semanais americanas somaram 224,7 mil toneladas, contra projeções de 100 mil a 400 mil toneladas. Nesse caso, os maiores compradores foram os paquistaneses. Para a nova temporada, a projeção do USDA é de que as exportações dos EUA superem as 62 milhões de toneladas.

Fonte: Notícias Agrícolas

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