Soja

Soja inicia semana com baixas de dois dígitos em Chicago após chuvas na Argentina

O mercado da soja dá início à semana trabalhando com intensas baixas na Bolsa de Chicago


Publicado em: 19/03/2018 às 10:10hs

Soja inicia semana com baixas de dois dígitos em Chicago após chuvas na Argentina

O mercado da soja dá início à semana trabalhando com intensas baixas na Bolsa de Chicago. Na sessão desta segunda-feira (19), a commodity perdia entre 10 e 12 pontos nas posições mais negociadas, com o maio/18 valendo US$ 10,37 por bushel, perdendo a referência dos US$ 10,40 mais uma vez.

As commodities agrícolas registram uma queda generlizada nesta segunda, com os demais grãos negociados na CBOT, assim como a soja, perdendo mais de 1%, enquanto na Bolsa de Nova York as soft commodities apresentavam perdas mais tímidas, diante de um movimento conjunto de vendas de posições por parte dos fundos, segundo explicam analistas internacionais.

Além disso, para a soja há ainda uma pressão vinda de chuvas que, enfim, chegaram à Argentina. Segundo informações apuradas pela Labhoro Corretora, no sábado e no domingo boas precipitações caíram sobre Buenos Aires, Entre Rios, sul de Santa Fé, e sul de Córdoba, trazendo algum alívio para as lavouras de ciclos mais tardios.

E nas previsões atualizadas, mais volumes são esperados para os próximos dias. E, paralelamente, ainda segundo especialistas internacionais, o mercado também se atenta, na medida em que a colheita evolui, à grande safra que vem sendo esperada para chegar do Brasil.

"A expectativas é de que o mercado se volte para a grande produção brasileira e, na sequência, para o plantio que pode ser recorde nos Estados Unidos", diz o boletim diário da Benson Quinn Commodities.

No radar dos traders, também segue a insegurança dos efeitos reais da guerra comercial entre China e Estados Unidos e quais serão os efetivos para o mercado da soja.

Veja como fechou o mercado na última semana:

Soja sobe e acumula alta de mais de 1% na Bolsa de Chicago após semana de intensa volatilidade

O mercado internacional da soja registrou uma nova semana de volatilidade, porém, engatou três sessões consecutivas de alta e os principais contratos negociados neste momento na Bolsa de Chicago acumularam ganhos de mais de 1%, segundo levantamento feito pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.

Com isso, o vencimento maio/18 terminou os negócios com US$ 10,49 por bushel, enquanto os contratos julho e agosto finalizaram as operações na casa dos US$ 10,60, e o setembro/18 valendo US$ 10,47 por bushel.

Os futuros da soja chegaram a testar algumas mínimas no início da semana depois que uma pesquisa da consultoria Allendale, Inc. indicou uma projeção de área recorde para o plantio da soja nos Estados Unidos. Os números repercutiram com bastante intensidade ao trazerem 37,27 milhões de hectares , contra 36,42 milhões projetados pelo USDA e acima também do número do ano passado de 36,48 milhões.

Os traders na sequência, porém, se voltaram aos bons números da demanda pela soja norte-americana que chegaram pelo reporte semanal de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com dados acima das expectativas do mercado e indicando uma retomada, mesmo que ainda tímida e inicial, do ritmo da comercialização norte-americana.

Além disso, como explicou o analista de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, as estimativas oficiais do USDA para o plantio norte-americano - sobre o qual já se especula muito, principalmente em relação às condições climáticas para o Corn Belt - serão reportadas somente no final de março. Com isso, até lá, o foco permanece sobre essa força da demanda e a conclusão da safra da América do Sul, principalmente a Argentina.

Nesta quinta-feira (15), a Bolsa de Comércio de Rosario revisou sua estimativa para a produção de soja do país de 46,5 para 40 milhões de toneladas. Para Cogo, cerca de 30% da safra deve ser perdida - e o país é um o maior exportador mundial de óleo de soja e de farelo - o que poderia fazer a demanda internacional por ambos os produtos migrar ainda mais para outros fornecedores, como os EUA, especialmente, motivando uma melhora de preços e prêmios.

Mercado Nacional

A semana foi intensa também para a formação dos preços no Brasil e, no balanço, as cotações não seguiram pelo mesmo caminho. O mercado acompanhou as oscilações em Chicago, o tombo dos preços no início da semana e o dólar também volátil. A moeda americana, depois de acumular um ganho de 0,85%, fechou o pregão desta sexta-feira com R$ 3,2789.

"O avanço do dólar no período foi uma somatória de fluxo de saída, cautela com o protecionismo e agora a proximidade do Fed", afirmou o operador Spinelli Corretora José Carlos Amado à agência de notícias Reuters. "Se confirmar um quarta alta (de juros) pelo Fed, o dólar vai ficar mais sustentado e daqui para a frente a tendência é ficar mais cauteloso com o início das discussões mais intensas das eleições (no Brasil)", acrescentou.

A soja disponível negociada no porto de Paranaguá fechou a semana com alta de 0,76% e valendo R$ 80,00 por saca, mesma referência para o produto com indicativo maio/18, mas o qual cedeu 0,62%. Em Rio Grande, a oleaginosa disponível foi a R$ 78,70, com baixa de 0,25% e a futura a R$ 79,30, caindo 0,50%.

Para o produtor brasileiro, ainda segundo Carlos Cogo, os atuais patamares de preço são "excepcionalmente bons" e aqueles que não desejam esperar para fazer novos negócios não vão se arrepender. Ele recomenda ainda a estratégia de vender uma parcela pequena para cobrir os custos de imediato para a safra seguinte e continuar com a comercialização parceladamente.

Além disso, o sojicultor brasileiro divide suas atenções entre o mercado e os trabalhos de campo neste momento, com a necessidade de finalizar sua colheita.

As chuvas dos últimos dias e as pevistas para os próximos têm motivado os produtores brasileiros de soja a avançarem com a colheita e evitar perdas que possam ser ocasionadas em função do excesso de umidade.

Com os trabalhos de campo concluídos em 58% da área semeada desta temporada, de acordo com números da consultoria AgRura os sojicultores, principalmente da região do Matopiba devem estar atentos à intensificação das chuvas que começa a ser observada a partir desta quinta-feira, 22 de março, de acordo com informações do Inmet.

Fonte: Notícias Agrícolas

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