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Soja espera novos boletins do USDA, nesta 5ª feira, em campo positivo na Bolsa de Chicago

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham em campo positivo nesta manhã de quinta-feira (30)


Publicado em: 30/06/2016 às 10:40hs

Soja espera novos boletins do USDA, nesta 5ª feira, em campo positivo na Bolsa de Chicago

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham em campo positivo nesta manhã de quinta-feira (30). À espera de três novos reportes do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), as principais posições subiam entre 5,50 e 6,50 pontos, por volta das 8h05 (horário de Brasília).

O mercado busca recuperar parte das baixas registradas no fechamento do pregão anterior, o que também motiva parte desse ligeiro avanço. No entanto, com a chegada de tantos novos dados hoje, a expectativa de analistas é de que o dia seja de volatilidade para os negócios com s grãos na CBOT. O vencimento novembro/16, que é referência para a nova safra dos EUA, era cotado a US$ 11,18 por bushel.

Paralelamente, os traders continuam acompanhando as previsões climáticas para o Meio-Oeste americano - que indicam ainda tempo mais quente e seco para o final de julho e início de agosto - além de alguns pontos do mercado financeiro. Nesta quinta, o petróleo em Nova York recua mais de 1%, mas ainda se mantém acima dos US$ 49,00 por barril, após a recuperação registrada na sessão anterior.

Expectativas para o USDA

Estoques Trimestrais - Um dos reportes do USDA traz os números dos estoques trimestrais norte-americanos em 1º de junho de 2016 e a média das expectativas do mercado é de 22,67 milhões de toneladas, podendo variar de 21,34 milhões a 23,46 milhões. O volume é menor do que o registrado em junho de 2015 - 17,06 milhões de toneladas - e, em 1º de março deste ano, o total era de 41,67 milhões de toneladas.

Área de Plantio - As expectativas para a área cultivada com a soja variam de 33,43 milhões a 34,68 milhões de hectares. A média, de 33,98 milhões, é maior do que o reportado pelo USDA em março, de 33,28 milhões de hectares e também em relação a números divulgados no final do ano passado, de 33,45 milhões.

Os dois relatórios saem às 13h (horário de Brasília) e, mais cedo, ainda durante a manhã, serão atualizados os números das vendas semanais para exportação dos Estados Unidos, informações que também têm mexido com o mercado de forma bastante expressiva nos últimos pregões. A demanda pela soja americana, afinal, tem se mostrado mais intensa nos últimos meses, quando a oferta brasileira foi se tornando mais limitada e, consequentemente, mais cara.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Baixas em Chicago e dólar em queda derrubam preços nos portos do Brasil nesta 4ª feira

Após duas sessões consecutivas de altas de dois dígitos para a soja na Bolsa de Chicago, o mercado passou por uma realização de lucros nesta quarta-feira (29) e fechou em campo negativo. As posições mais negociadas encerraram os negócios com perdas de pouco mais de 5 pontos, porém, todas ainda mantendo o patamar dos US$ 11,00 por bushel.

Segundo explicam analistas nacionais e internacionais, a reação do mercado vem ainda de encontro com uma busca dos investidores de garantir um bom posicionamento antes da chegada dos dois novos boletins que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quinta-feira, 30 de junho.

Um dos reportes atualiza os números dos estoques trimestrais norte-americanos na posições de 1º de junho de 2016 e a média das expectativas do mercado é de 22,67 milhões de toneladas, podendo variar de 21,34 milhões a 23,46 milhões. O volume é menor do que o registrado em junho de 2015 - 17,06 milhões de toneladas - e, em 1º de março deste ano, o total era de 41,67 milhões de toneladas.

O outro boletim, e de repente o que tem trazido maior especulação entre os traders e fundos de investimento, é o de área de plantio da safra 2016/17, o qual irá confirmar se houve ou não uma migração dos produtores americanos de milho para a soja ou vice-versa.

Assim, as expectativas para a área cultivada com a soja variam de 33,43 milhões a 34,68 milhões de hectares. A média, de 33,98 milhões, é maior do que o reportado pelo USDA em março, de 33,28 milhões de hectares e também em relação a números divulgados no final do ano passado, de 33,45 milhões.

Ambos os reportes saem às 13h (horário de Brtasília). Até lá, o mercado deve caminhar de lado, como aconteceu nesta quarta-feira, sem oscilações muito expressivas. E além desses dois, o USDA traz ainda seu tradicional boletim semanal de vendas para exportação e os números - dada maior demanda pela soja norte-americana neste momento - podem também dar algum direcionamento às cotações.

Paralelamente, como explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora, esses números chegam em um momento de correção do mercado, já que é final do mês, final do semestre, véspera de feriado nos EUA - em 4 de julho se comemora o Independence Day no país - e o primeiro dia de aviso de entregas físicas para o contrato julho.

"Com todos esses aspectos a serem considerados, é improvável que o pregão desta quinta-feira seja calmo e estável. As apostas são de um pregão tumultuado e com alguns ajustes em carteira. Até lá, só nos resta definir uma estratégia de atuação e esperar", diz Andrea.

Ao mesmo tempo, ao lado de todos esses fatores, ainda permanece no radar do mercado internacional o cenário climático nos Estados Unidos. E o padrão ainda é o mesmo. Por ora, as chuvas ocorrem em boa parte do Corn Belt, as temperaturas são mais amenas, porém, mais a diante esse cenário pode mudar. Nas previsões mais alongadas, afinal, a sinalização é de menos precipitações, com clima quente e seco, principalmente no final de julho/início de agosto, quando começa a fase determinante para a soja nos EUA, que é de enchimento de grãos.

"As especulações mantêm um prêmio de risco adequado para os grãos neste momento", explica Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais. Neste início de julho, o NOAA - o departamento oficial de clima dos EUA - traz ainda uma atualização das previsões para os próximos 30 dias - os quais serão, inclusive, os mais importantes para o milho - e esse é mais um fator de atenção para o mercado.

Preços no Brasil

No Brasil, as baixas combinadas entre Chicago e o dólar - que cedia mais de 2%, se distanciando dos R$ 3,30 - fez os preços caírem de novo nos portos nacionais. O que limita as baixas, além da condição interna de ajuste entre a oferta e a demanda, são os prêmios ainda muito fortes.

Em Paranaguá, a posição julho/16 tem US$ 1,55 acima de Chicago, agosto/16 tem US$ 1,65 e abril/17 conta com US$ 0,42. Ainda assim, no terminal, a soja disponível encerrou o dia valendo R$ 92,00, perdendo 2,65%, enquanto a da safra nova foi a R$ 84,00, com uma queda de 3,45%. Em Rio Grande, onde os prêmios também são altos, o disponível fechou com R$ 88,50, caindo 2,75%, e o mercado futuro cedeu 2,31% para R$ 84,50.

Embora o mercado interno esteja descolado da Bolsa de Chicago, a disputa pelo pouco produto disponível internamente deve ser mais acirrada a partir dos meses de julho e agosto. "Devemos ter uma antecipação e um alongamento da entressafra este ano", explica Camilo Motter.

Dessa forma, a atenção sobre o andamento do câmbio neste momento deve ser redobrada, uma vez que a postura do Banco Central, como explicam analistas, é de manter sua flutuação mais livre, como explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. "Ele (o BC) vai precisar tentar manter, ao menos, o nível dos R$ 3,50, referência básica de estímulo ao exportador. "Não se pode perder o exportador. Já perdeu emprego no mercado interno, se começa a perder emprego na exportação - além do agronegócio - a situação se complica", diz.

E essa queda da moeda norte-americana já sentes os efeitos dessa postura do Banco Central, bem como um melhor momento no mercado financeiro mundial. Segundo economistas, o mercado passa pelo chamado "rally do alívio" depois do momento de pânico causado pelo anúncio da saída do Reino Unido da União Europeia, na última semana, e o movimento se estendeu por todas as principais bolsas do globo.

"Nesta quarta, em especial, o dólar cai forte contra o real, e o primeiro motivo é a sinalização do Ilan Goldfajn ontem de que o BC não está disposto a usar as ferramentas cambiais que a diretoria antiga vinha usando", disse, em entrevista ao G1, Rafael Gonçalves, analista do departamento econômico da Gradual Investimentos. "Além disso, o mercado agora vai tentar descobrir qual o câmbio que o BC vislumbra como ideal. Então tem uma questão de teste para saber se o BC mostra alguma sinalização de que o câmbio está num patamar ajustado”, completa.

Fonte: Notícias Agrícolas

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